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Foto: Leitor Folha Vitória

A suspensão da posse de três suplentes dos vereadores afastados na Serra pela Justiça estadual causou uma manifestação na cidade na manhã desta quinta-feira (16).

Convocadas por Thiago Peixoto (Psol), substituto de Welington Alemão (Rede) – um dos quatro parlamentares acusados de corrupção -, as pessoas se concentraram em frente ao antigo fórum da Serra Sede em direção à Câmara Municipal com cartazes e faixas.

Nas redes sociais, o suplente escreveu que “chegou a hora de mostrar que o povo da Serra não aceita mais corrupção, omissão e descaso com a cidade.” Segundo Peixoto, é inaceitável que a Câmara continue pagando salários de parlamentares afastados e de seus assessores.

Pelas ruas da Serra, os manifestantes pediram “punição aos corruptos”, “justiça” e que a Câmara esteja a serviço do povo, e não dos vereadores denunciados.

O presidente interino da Câmara, Willian Miranda (União), e a própria assessoria da Casa foram procurados, mas não responderam até o momento desta publicação.

Posse de suplentes foi desmarcada

A posse dos substitutos havia sido marcada para a quarta-feira (15), após determinação da 2ª Vara da Fazenda Pública da Serra, que atendeu ao pedido dos três suplentes para que fossem convocados a assumir as cadeiras vagas na Câmara. Além de Peixoto, Willian da Elétrica (PDT) e Marcelo Leal (MDB) também ingressaram na Justiça.

No entanto, a Procuradoria da Casa legislativa apresentou um recurso contra a decisão judicial, que foi atendido pelo desembargador Júlio César Costa de Oliveira, do Tribunal de Justiça do Estado (TJES).

No documento, a Câmara defende que a convocação dos suplentes seja realizada apenas após 120 dias de afastamento dos titulares.

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Manifestantes em frente à Câmara Municipal da Serra nesta quinta-feira (16). Foto: Leitor Folha Vitória

Vereadores acusados de corrupção foram afastados

Ministério Público do Espírito Santo (MPES) denunciou quatro vereadores por corrupção passiva e pediu a suspensão cautelar do exercício dos mandatos deles em agosto.

Os denunciados – que foram afastados do cargo em setembro – são Saulinho (PDT), que presidia a Câmara; Cleber Serrinha (MDB); Teilton Valim (PDT); e Wellington Alemão (Rede). Também tornaram-se réus os ex-vereadores Luiz Carlos Moreira e Aloisio Ferreira Santana, mas por corrupção ativa.

O esquema, segundo o MPES, envolvia pagamento de propina para aprovação de um projeto de lei com emenda na Casa.

Conforme a decisão do juiz Gustavo Grillo Ferreira, da 2ª Vara Criminal da Serra, que aceitou a denúncia e determinou o afastamento dos parlamentares, eles visavam conquistar objetivos ilegítimos, o que destoa do interesse público que deve, segundo o magistrado, “nortear o exercício de tão importante função.”

Julia Camim

Editora de Política

Atuou como repórter de política nos veículos Estadão e A Gazeta. Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa, é formada no 13º Curso de Jornalismo Econômico do Estadão em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.

Atuou como repórter de política nos veículos Estadão e A Gazeta. Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa, é formada no 13º Curso de Jornalismo Econômico do Estadão em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.