Política

STF recebe recurso contra arquivamento de impeachment de Gilmar Mendes

Ex-procurador entende que Renan Calheiros é suspeito para analisar o caso porque Mendes votou contra o recebimento da denúncia em que o senador virou réu na Corte pelo crime de peculato

STF recebe recurso contra arquivamento de impeachment de Gilmar Mendes STF recebe recurso contra arquivamento de impeachment de Gilmar Mendes STF recebe recurso contra arquivamento de impeachment de Gilmar Mendes STF recebe recurso contra arquivamento de impeachment de Gilmar Mendes
Ex-procurador é contra arquivamento de impeachment de Gilmar Mendes Foto: Carlos Humberto/SCO/STF

O ex-procurador-geral da República Cláudio Fonteles recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar derrubar a decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que arquivou pedido de abertura de impeachment do ministro Gilmar Mendes. O mandado de segurança é relatado pelo ministro Edson Fachin.

A Constituição Federal determina que um pedido de impeachment de um ministro do STF deve ser analisado pelo Senado. O pedido foi feito por um grupo de juristas em setembro. De acordo com o ex-procurador, o arquivamento é ilegal. Para Fonteles, a decisão final deveria ser da Mesa da Casa. Além disso, o ex-procurador entende que o presidente do Senado é “suspeito” para analisar o caso porque Mendes votou contra o recebimento da denúncia em que o senador virou réu na Corte pelo crime de peculato.

“Renan Calheiros, que se fez juiz monocrático para repelir a denúncia contra Gilmar Mendes, por crimes de responsabilidade, teve, a seu favor, o voto do ministro Gilmar Mendes para, igualmente, rejeitar a denúncia contra si ajuizada pelo Procurador-Geral da República”, sustenta Fonteles.

Ao decidir pelo arquivamento, o presidente do Senado entendeu que a denúncia baseou-se exclusivamente em matérias jornalísticas, declarações e transcrições de votos. Ele considerou “insubsistente” o conjunto de provas presente nos autos, sem vislumbrar, na sua opinião, a incompatibilidade dos atos do ministro com a honra ou o decoro, nem que outros elementos configurem crimes de responsabilidade.

Após o pedido de impeachment ser protocolado no Senado, Gilmar Mendes criticou os autores das ações  e disse que tratava-se de “um consórcio de famosos quem, daqueles que já foram e daqueles que nunca serão” e disse que a ação “era até engraçada”.