
Com a chegada dos meses mais quentes, é comum que muita gente volte o olhar para o corpo e pense: “será que ainda dá tempo de emagrecer até o verão?”. Essa é uma pergunta que aparece todos os anos e, embora a vontade de se sentir bem no próprio corpo seja totalmente válida, o problema é quando essa motivação vem acompanhada de pressa, comparações e métodos radicais.
Usar o verão como motivação pode até ser um empurrão inicial, mas se o seu “foco total” for dedicado apenas a esses meses de calor, você se manterá preso nesse ciclo de foco e descontrole, que é o que faz tantas pessoas perderem e ganharem peso repetidamente: o famoso efeito sanfona.
Em vez de tentar “correr atrás do prejuízo”, o que realmente faz diferença é mudar a relação com a comida e com o próprio corpo. Isso significa olhar para os próprios hábitos com curiosidade, entender o que te leva ao exagero, e aprender a comer de forma mais consciente e nutritiva, sem precisar recorrer a dietas extremamente restritivas que você não vai conseguir manter por muito tempo na sua vida.
Atitudes práticas que te ajudam no processo
Aqui vão algumas dicas para te ajudar a se relacionar melhor com a comida e com o seu próprio corpo:
Evite padrões alimentares que te façam “passar fome”
Dietas muito restritivas podem até trazer resultados rápidos, mas o custo é alto: fome constante, irritabilidade e um impulso cada vez maior por alimentos muito calóricos e considerados “proibidos”.
Quando o corpo passa fome, ele entende que precisa se defender, e isso aumenta as chances de desistência e de exageros depois. Em vez de comer o mínimo possível, coma o suficiente para nutrir o corpo e dar energia ao seu dia. O emagrecimento é consequência de equilíbrio, não de privação.
Reorganize a sua rotina alimentar
Um bom plano alimentar é aquele que se encaixa na sua rotina real. Não adianta montar uma programação perfeita se ela é impossível de seguir. O segredo está em incluir mais alimentos naturais e nutritivos sem transformar a alimentação em uma tarefa pesada.
Pode ser preparar marmitas simples, levar frutas na bolsa, ou apenas garantir um almoço mais equilibrado. Pequenos ajustes, quando sustentáveis, geram grandes resultados com o tempo.
Não encare o exercício físico como punição: Movimentar o corpo é essencial no processo de emagrecimento, mas o exercício não deve ser visto como um castigo pelo que você comeu. Quando a atividade física é associada à culpa, ela se torna insustentável. Procure uma forma de movimento que te traga prazer: caminhada, dança, musculação, pilates, natação… o melhor exercício é aquele que você consegue manter.
Não pare de comer tudo que você gosta
Cortar completamente os alimentos que você aprecia só aumenta o desejo por eles. Quando algo é proibido, o cérebro passa a pensar nisso o tempo todo e é aí que surgem os episódios de descontrole.
O caminho é o oposto: aprender a incluir esses alimentos com consciência e sem culpa. Ser gentil com você mesmo (e isso não quer dizer ser negligente) é o que torna o processo leve o suficiente para durar até o verão e depois dele.
Evite metas rígidas e apenas numéricas
Em vez de metas do tipo “preciso perder 15 quilos até janeiro”, tente direcionar sua energia para objetivos que fortalecem a sua saúde e autoconfiança. Por exemplo: melhorar a disposição, dormir melhor, reduzir inchaços, equilibrar o intestino, vestir roupas com mais conforto, se sentir mais animada e confiante.
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Esses são indicadores de progresso que mostram que você está cuidando de si e, quando o corpo se sente cuidado, o emagrecimento acontece naturalmente.
O verão pode ser o ponto de partida
O verão pode até ser o ponto de partida, mas o que realmente transforma o corpo (e a mente) é a constância.
Cuidar de si deve ser um projeto para a sua vida, independente da estação do ano.