Imagem: Freepik
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As festas de fim de ano e a chegada das férias são a época perfeita para aquela tão aguardada viagem. Seja para visitar a família ou aproveitar alguns dias de descanso, muitas pessoas passam horas dentro do carro, do ônibus, do trem ou do avião para chegar ao destino final.

Entretanto, apesar de ser um momento de felicidade, essas viagens também podem ser motivo de desconforto e dores no corpo. Segundo o anestesiologista e especialista em dor André Félix, passar muitas horas sentado pode levar ao estresse mecânico estático, em que os discos intervertebrais sofrem uma compressão contínua.

“Estudos de Nachemson mostram que a pressão na coluna lombar é até 50% maior sentada do que em pé. Além disso, a falta de movimento gera estase venosa (o sangue circula mais devagar), o que causa microedemas e o acúmulo de mediadores inflamatórios nos músculos, resultando em rigidez e dor (mialgia postural)”, explica.

Por isso, os médicos separaram seis dicas para quem não quer ter sua viagem interrompida pelas dores.

1- Programe pausas

O maior problema das viagens longas é a falta de circulação sanguínea, que pode evoluir para quadros de trombose, por exemplo.

Para reduzir esses riscos, a orientação é programar pausas sempre que possível e, nos casos em que isso não seja viável, realizar exercícios simples de alongamento ainda sentado. Essa é uma dica simples, mas que faz toda a diferença para a saúde do corpo.

2- Faça esses exercícios

Em casos em que não é possível fazer as pausas, movimentar os pés e as pernas ao longo da viagem ajuda a ativar a circulação, explica o cirurgião vascular Brenno Seabra.

Exercícios como fazer círculos com os tornozelos — erguendo os pés e desenhando círculos no ar — e o movimento de “meia ponta”, com os pés apoiados no chão e elevação dos calcanhares, contribuem para o bombeamento do sangue. Alongar o corpo também é uma prática recomendada.

Brenno Seabra, cirurgião vascular

Além disso, também é importante evitar usar roupas sem elastano ou muito apertadas, como os jeans, que restringem os movimentos.

3- Cuidado com a carteira no bolso

Um hábito muito comum, principalmente entre os homens, também precisa ser evitado: viajar com a carteira no bolso. De acordo com André Félix, esse pequeno deslize é uma causa comum de dor, principalmente para os motoristas.

“Homens não devem viajar com a carteira no bolso traseiro. Isso desalinha a pelve e comprime o nervo ciático, sendo uma causa comum de dor aguda em viagens de carro”, explica.

4- O travesseiro realmente faz diferença

O travesseiro cervical ajuda a estabilizar o peso do crânio. Imagem: Freepik

Você provavelmente já viu aqueles travesseiros cervicais, em formato de “U”, e se perguntou se eles são eficazes. Segundo André Felix, a resposta é sim!

“O travesseiro cervical em “U” estabiliza o peso do crânio (5kg), evitando sobrecarga nos ligamentos. O apoio lombar mantém a postura anatômica, impedindo que a musculatura entre em exaustão e prevenindo crises de lombalgia”, afirma.

5- O truque da garrafa de água

Caso não tenha levado um apoio para a lombar, o anestesiologista dá a dica do “truque da garrafa de água”.

Coloque uma garrafa de plástico vazia ou uma toalha enrolada na altura da cintura (atrás das costas) para manter a curvatura da coluna.

André Félix, anestesiologista especialista em dor

6- A regras dos 20-20-20

Os especialistas também indicaram a “regra dos 20-20-20”, que consiste em mudar levemente a inclinação do banco ou a posição das pernas para alternar os pontos de pressão no corpo.

Dicas para aliviar a dor depois da viagem

Se mesmo seguindo essas dicas, você ainda sentir dores ao fim da viagem, os especialistas orientam para alguns exercícios e atitudes para amenizar o desconforto:

  • Ao chegar ao destino, deite-se de costas no chão ou cama dura e abrace os joelhos contra o peito por 2 minutos.
  • Dê uma caminhada leve para “relubrificar” as articulações e um banho morno (termoterapia), que relaxa as fibras musculares e elimina toxinas acumuladas.
  • Faça exercícios de alongamento, indicados para quem passa muito tempo sentado.

Aline Gomes

Repórter

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.