Doar sangue
Imagem: Freepik

A cada dois segundos, uma pessoa precisa de sangue no Brasil, mas o número de doadores ainda está abaixo do necessário para manter os estoques em níveis seguros. Muitas vezes, o que impede alguém de doar sangue é a falta de informação sobre o processo.

Pensando nisso, no Dia Nacional do Doador de Sangue, comemorado em 25 de novembro, preparamos um guia prático que reúne tudo o que você precisa saber antes de ir a um hemocentro.

Quem pode ser doador de sangue?

A primeira pergunta que surge quando falamos sobre a doação é: afinal, quem pode ser doador de sangue? Segundo o hematologista Douglas Covre Stocco, a resposta está em alguns critérios de idade e saúde geral, estabelecidos pelo Ministério de Saúde.

Primeiramente, o doador precisa apresentar um bom quadro de saúde geral e pesar mais de 50 quilos. Além disso, o indivíduo precisa ter entre 16 e 69 anos. No caso das pessoas entre 16 e 17 anos, por serem menores de idade, é necessária a autorização dos pais ou dos responsáveis.

Douglas Covre Stocco, hematologista

O médico ainda destaca que as pessoas idosas só podem doar se já tiverem realizado uma doação antes dos 60 anos.

O que fazer e o que não fazer antes da doação

Além de saber quem pode doar, também é importante estar atento a alguns cuidados essenciais para as horas que antecedem a coleta. Um mito comum que Stocco desmente é a necessidade de estar em jejum antes da doação.

“É importante que quem vai doar não o faça em jejum. Além disso, no dia da doação, orientamos que a alimentação seja leve e com pouca gordura”, orienta.

O sono e a hidratação adequada também são essenciais para quem vai doar sangue. “É preciso ter pelo menos 6 horas de sono na noite anterior à doação”.

Também é obrigatório evitar o consumo de álcool, no mínimo, 12 horas antes da doação e portar um documento oficial com foto.

Quem não pode doar sangue

Tatuagem
Pessoas com tatuagem podem doar sangue, desde que aguardem um período de espera. Imagem: Freepik

Uma dúvida muito comum é se pessoas com tatuagens, piercings ou micropigmentação podem ser doadores. A resposta é sim, mas de acordo com o hematologista é preciso ter alguns cuidados.

“Nesses casos, o tempo de espera mínimo para a realização da coleta é de 6 meses a 1 ano após o procedimento”, explica Stocco.

Outras situações que podem adiar a doação de sangue:

  • Procedimentos dentários (de 1 a 30 dias, a depender do procedimento);
  • Aplicação de botox (72 horas);
  • Sintomas gripais, como espirros, tosse, dor de garganta e febre (30 dias após a cura);
  • Diarreia (uma semana após o último episódio);
  • Vacina contra gripe (Influenza), Hepatite B e anti-tetânica: 48 horas;
  • Vacina antirrábica profilática e tríplice viral: 28 dias;
  • Vacina contra Covid-19: 48 horas após administração da vacina Coronavac (Butantan) e 07 dias após as vacinas Covishield (Astrazeneca), Janssen e Pfizer;
  • Antibiótico: 15 dias após o uso e com cura da infecção.

“Existem algumas outras situações que podem fazer com que uma doação de sangue precise ser adiada por um determinado período de tempo. Essas hipóteses são tratadas na entrevista realizada com o triagista antes da doação. O mais importante é que o doador seja totalmente honesto, para que o procedimento possa ser realizado em segurança”, reforça o médico.

Pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ podem doar?

Desde 2020, caiu a restrição que impedia que homens que mantêm relações sexuais com outros homens doassem sangue. Isso aconteceu por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou a medida discriminatória e inconstitucional.

Uma doação pode salvar até quatro vidas

Segundo o Ministério da Saúde, uma bolsa de sangue pode salvar até quatro vidas.

No Espírito Santo, por exemplo, segundo o Centro de Hemoterapia e Hematologia Espírito Santo (Hemoes), 44.421 bolsas de sangue foram coletadas entre janeiro e outubro deste ano, beneficiando cerca de 178 mil pessoas.

Atualmente, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde Sesa, 1.325.427 capixabas são considerados doadores ativos no Hemoes.

O sangue é um componente que não tem substituto, não pode ser produzido em laboratório e uma única doação pode salvar até quatro vidas.

Douglas Covre Stocco, hematologista
Aline Gomes

Repórter

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.