Saúde

Estudos apontam transtornos do sono como coadjuvantes para o suicídio

Pesquisa demonstrou que em 31% dos casos de suicídio, o indivíduo apresentava transtorno do sono

Foto: Pixabay
Alterações no sono são comuns em transtornos psiquiátricos. 

Em meio à campanha Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio, a médica do sono Jéssica Polese revela que alguns estudos indicam que a privação de sono aumenta a impulsividade e o comportamento agressivo além de determinar prejuízo na capacidade individual de solucionar problemas, mecanismos que podem estar relacionados a maior risco de suicídio.

De acordo com a especialista, um estudo publicado em 2005 no Japão e realizado na população japonesa durante 14 anos encontrou um aumento do risco de suicídio em indivíduos com insônia, demonstrando a associação entre má-qualidade do sono e elevação do risco de suicídio.

Outro estudo publicado pela Noruega em 2011 fez um acompanhamento durante 20 anos sobre a relação entre problemas de sono e suicídio em 75 mil noruegueses adultos. A pesquisa demonstrou que em 31% dos casos de suicídio, o indivíduo apresentava transtorno do sono.

Jéssica Polese ressalta que alterações no sono são comuns em transtornos psiquiátricos e esse fator deve ser considerado ao estudar a insônia como fator facilitador para o suicídio. “Os distúrbios do sono aumentam a probabilidade de depressão e, consequentemente, de suicídio. A fragmentação do sono causada por distúrbios do sono como bruxismo, apneia e síndrome das pernas inquietas pode contribuir para a fadiga emocional. Desse modo tanto a insônia como a fragmentação do sono estão de alguma maneira relacionadas a maior chance de suicídio”, finaliza a médica Jéssica Polese.