Saúde

Câncer de Mama: diagnóstico precoce aumenta em 95% a chance de cura da doença

Instituto Nacional de Câncer indica que 59.700 mil novos casos de câncer de mama devem surgir até o fim de 2018 em todo o país

Na maioria dos casos o tumor é descoberto em fase avançada, o que dificulta o tratamento e as chances de cura. 

Angústia, aflição e medo. Estes são alguns dos sentimentos de quem descobriu o câncer de mama, um tumor maligno, mas que se descoberto logo tem 95% de chance de cura. Depois do câncer de pele, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres no mundo, respondendo por 28% dos novos casos a cada ano. 

Considerado raro antes dos 35 anos, sua incidência é crescente, principalmente depois dos 50 anos de vida. Com diferentes tipos, o câncer de mama pode evoluir de forma rápida ou não, cada caso exige um diagnóstico e tratamento específico, mas há algo em comum entre as mulheres que enfrentam ou já venceram a doença: a força, a coragem e a lição de vida que são capazes de repassar para outras pessoas. 

Conhecido como Outubro Rosa, o mês recebe essa cor em referência as mulheres - público mais acometido pela doença - e tem como propósito alertar para a importância do diagnóstico precoce. O que isso significa, na prática? Diagnosticar um nódulo com tamanho inferior a 1 cm e aumentar a chance da cura.

O que diferencia um turmo benigno do maligno?

A aparência, estrutura e o comportamento reprodutivo das células atingidas. 

Mamografia regular é indicada para mulheres acima dos 40 anos e deve ser realizada uma vez por ano. 

Caso

Maria Luiza Guimarães, servidora pública, luta há três anos contra o câncer de mama e descobriu a doença tocando o corpo. "Fazendo exame em casa eu senti algo na mama direita. Procurei a ginecologista que a princípio disse que não era nada e não precisaria realizar outros exames. Mas, ao sair do consultório, eu liguei para um mastologista, marquei a consulta e fiz a mamografia que não acusou nada, então fiz a ressonância- que acusou o câncer- em um tamanho avançado entre 6 e 7 cm", contou. 

Maria Luiza foi submetida a sessões de quimioterapia, mas devido ao estágio avançado da doença, precisou fazer a retirada completa das duas mamas. "Fiquei triste, sofri, achei que era o fim do mundo, foi uma sentença de morte pra mim. Eu chorei, mas depois passou e fui enfrentar a doença. Eu queria viver, tenho filhas para criar, então fui lutar, fazer o tratamento e então tive certeza que daria tudo certo", relatou.

Maria Luiza, em entrevista para a TV Vitória.

Já na reta final do tratamento Maria Luiza só tem a comemorar. "Muita coisa mudou na minha vida para melhor. Hoje não esquento muito a cabeça com as coisas e procuro não me estressar. Fim do ano vou para Porto Seguro, na Bahia, com a minha família, curtir um pouco e aproveitar a vida", disse Maria Luiza, feliz. 

Como é realizado o diagnóstico?

O mastologista José Augusto Nunes, do Hospital Meridional, explica que o diagnóstico pode ser feito de duas maneiras; através de exames de imagens - mamografia, ultrassom e ressonância - ou através do toque, que é o autoexame. 

O mastologista, José Augusto Nunes, em entrevista para a TV Vitória ES. 

"Se eu pegar 100 mulheres iguais, isto é, com mesmo peso, altura, data de nascimento, número de vezes que ficou grávida, data da primeira menstruação, com todos os detalhes iguais, a não ser aparência e filiação, e fizer mamografia em todas as 100 mulheres, certamente 8 a 10 delas tem câncer de mama e o exame não está me mostrando. Como ajuda-las a descobrir então? Instrui-las a realizar o autoexame", explicou. 

O que se deve o surgimento do câncer de mama?

Segundo o especialista, o surgimento do tumor não se deve a um fator exclusivo, são vários que podem ser mais agravantes, como por exemplo:

- Cigarro;

- Uso de álcool em excesso;

- Obesidade;

- Menstruação precoce;

- Menopausa tardia;

- Número de vezes que a mulher engravidou.

A doença avança de forma silenciosa, ou seja, não apresenta sintomas. Em 60% dos casos os diagnósticos ocorrem de forma tardia o que dificulta o tratamento. 

Dados e informações

- O Instituto Nacional de Câncer indica que 59.700 mil novos casos de câncer devem surgir até o fim do ano,  e a falta de informação e o diagnóstico tardio dificultam o tratamento da doença;

-Exames periódicos e o conhecimento do próprio corpo são fundamentais na luta contra o câncer de mama;

- O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura, em 95%, e de preservação ainda que parcial das mamas;

- Mulheres com mais de 40 anos devem fazer a mamografia uma vez por ano;

- Tanto nos países desenvolvidos, subdesenvolvidos, quanto nos países em desenvolvimento, está ocorrendo a incidência do câncer de mama.

Alimentos anticâncer que não podem faltar no seu cardápio

Couve flor, brócolis, couve de Bruxelas, todas as brassicas são ótimas aliadas contra o câncer de mama, elas possuem uma substância chamada endoltro 3 escarbinol. O Indol-3-Carbinol é um fitonutriente que possui diversas propriedades, a principal delas é agir como agente antitumoral. Ele também é anti-inflamatório, antineoplásica e antioxidante. 

Alimentos como o tomate, alho, couve, chá verde, alimentos ricos em vitamina C e uvas são alimentos considerados anticâncer por terem propriedades que protegem as células de sofrerem oxidação.

O Jornal da TV Vitória preparou uma série de reportagens especiais sobre o câncer de mama. Abaixo, você confere o primeiro episódio que fala sobre a doença e o diagnóstico: