Saúde

Estudos apontam os transtornos do sono como coadjuvantes para o suicídio

Pesquisa demonstrou que em 31% dos casos de suicídio, o indivíduo apresentava transtorno do sono

Foto: Divulgação
Insônia e a fragmentação do sono estão de alguma maneira relacionadas a maior chance de suicídio.

A relação entre a privação do sono e o aumento do risco de suicídio foi um dos temas tratados no Congresso Brasileiro do Sono 2018, que aconteceu recentemente em São Paulo. Um estudo publicado em 2005 no Japão e realizado na população japonesa durante 14 anos encontrou um aumento do risco de suicídio em indivíduos com insônia, demonstrando a associação entre má-qualidade do sono e elevação do risco de suicídio.

A médica do sono, Jéssica Polese revela que a privação de sono aumenta a impulsividade e o comportamento agressivo além de determinar prejuízo na capacidade individual de solucionar problemas, mecanismos que podem estar relacionados a maior risco de suicídio. A especialista ressalta, no entanto, que alterações no sono são comuns em transtornos psiquiátricos e esse fator deve ser considerado ao estudar a insônia como fator facilitador para o suicídio.

Outro estudo citado no Congresso foi publicado pela Noruega, em 2011, e fez um acompanhamento durante 20 anos sobre a relação entre problemas de sono e suicídio em 75 mil noruegueses adultos. A pesquisa demonstrou que em 31% dos casos de suicídio, o indivíduo apresentava transtorno do sono.

“Os distúrbios do sono aumentam a probabilidade de depressão e, consequentemente, de suicídio. A fragmentação do sono causada por distúrbios do sono como bruxismo, apneia e síndrome das pernas inquietas pode contribuir para a fadiga emocional. Desse modo tanto a insônia como a fragmentação do sono estão de alguma maneira relacionadas a maior chance de suicídio”, finaliza a médica, Jéssica Polese.

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