
O consumo de bebidas alcoólicas faz parte de rituais sociais há séculos, mas seus efeitos colaterais estão cada vez mais em debate. Entre os riscos conhecidos estão maior propensão a câncer, ganho de peso, dificuldade em manter a hipertrofia e impacto negativo na saúde do fígado e do coração. Diante desse cenário, a ciência busca alternativas para manter o aspecto social e relaxante das bebidas, sem os prejuízos associados ao etanol. É nesse ponto que entra a proposta do GABA Labs.
A empresa desenvolve uma inovação que já desperta atenção. O Alcarelle é um ingrediente biomimético em fase de regulamentação. Ele reproduz os efeitos do álcool nos receptores GABA de forma previsível e controlada. Diferente do etanol, que age de maneira ampla e tóxica em vários sistemas do corpo, o Alcarelle atua apenas nos receptores ligados à sensação de relaxamento e convivência. Em 2025, ele entrará no processo de aprovação regulatória nos Estados Unidos pelo FDA GRAS (Generally Recognized as Safe). Se aprovado, empresas poderão licenciá-lo para criar uma nova geração de bebidas sociais.
O que é o GABA?
O GABA (ácido gama-aminobutírico) é o principal neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central. Ele funciona como um “freio” natural, reduzindo a atividade cerebral excessiva. Esse mecanismo gera efeitos como relaxamento, menor ansiedade e maior sensação de bem-estar.
O composto do GABA Labs modula de forma específica apenas os receptores GABA ligados à convivência social, o que reduz os efeitos adversos em comparação ao álcool, que interage de maneira pouco seletiva.
Como o álcool interfere no metabolismo e nos resultados físicos
Ao entrar no organismo, o etanol passa pelo fígado, onde é metabolizado principalmente pela enzima álcool desidrogenase, gerando acetaldeído, uma substância altamente tóxica e carcinogênica. Depois, o acetaldeído se converte em acetato, que serve temporariamente como fonte de energia.
O problema é que, enquanto o corpo metaboliza o álcool, a oxidação de gordura e carboidratos fica em segundo plano. Em outras palavras, o organismo pausa a “queima” de gordura até que todo o álcool seja processado. Esse processo pode levar horas, dependendo da quantidade ingerida.
Além disso, o álcool aumenta a fome e reduz o autocontrole, levando muitas vezes a excessos alimentares. O consumo regular contribui para acúmulo de gordura abdominal, uma das mais prejudiciais à saúde metabólica. Para quem busca hipertrofia, o impacto vai além: o álcool pode inibir a via mTOR, responsável por ativar a síntese de proteínas musculares. Isso compromete a recuperação e os ganhos, mesmo quando não está associado ao momento imediato do treino.
Um novo cenário para as bebidas sociais
É possível socializar sem consumir álcool. Estudos mostram que a sensação de maior atratividade e conexão em situações sociais não vem da substância em si, mas do ambiente e das interações. Em outras palavras, o contexto social é o que realmente fortalece os laços, e não o álcool. Mesmo assim, na prática, muitas pessoas ainda associam a bebida a um facilitador nesses momentos de convivência.
O avanço do Alcarelle abre espaço para uma mudança cultural: a possibilidade de socializar e relaxar sem precisar recorrer ao álcool. Se comprovado seguro e eficaz em longo prazo, o composto pode oferecer uma alternativa real para quem deseja manter uma vida social ativa sem prejudicar objetivos de saúde, emagrecimento ou performance.
Ainda não sabemos se o ingrediente realmente chegará ao mercado ou se terá a mesma aceitação social do álcool. Mas, em relação ao etanol, a ciência é clara: do ponto de vista nutricional, não existe benefício no consumo de bebidas alcoólicas. Qualquer dose já traz riscos, e seus efeitos negativos se acumulam conforme a frequência e a quantidade ingerida. A vida inclui equilíbrio e momentos de lazer, mas cada pessoa precisa controlar quando e quanto bebe. Esse cuidado é essencial para preservar a saúde, apoiar os resultados estéticos e manter o desempenho físico em longo prazo.