Recidiva ortodôntica
Imagem: Freepik

Com certeza você conhece alguém (ou já aconteceu com você mesmo), que ao finalizar um tratamento ortodôntico, com o tempo, notou que os dentes começaram a se movimentar.

Isso é mais comum do que parece — e tem nome: recidiva ortodôntica. Mas não se preocupe: há como evitá-la de maneira simples!

O que é recidiva ortodôntica?

Recidiva é o termo usado pelos dentistas para descrever a movimentação dos dentes depois que o tratamento ortodôntico termina. Ou seja, os dentes que estavam alinhados voltam a se mover — e podem até entortar novamente.

Isso acontece porque, mesmo após a correção com aparelho, os dentes ainda “lembram” sua posição antiga. Os ligamentos e tecidos que seguram os dentes precisam de tempo estabilizados na nova posição.

Quanto maior a movimentação ortodôntica, mais chances de uma recidiva ocorrer. Ou seja, quanto mais tortos os dentes, maior a chance de entortar novamente após o fim do tratamento. Mas ainda assim é tudo previsível e fácil de evitar.

Algumas má oclusões específicas também têm percentual de recidiva maior: A mordida aberta por exemplo, tende a recidivar mais e o profissional pode sugerir algum tipo de contenção diferente, que evite a recidiva da abertura da mordida. 

Por que isso acontece?

Vários fatores podem causar recidiva:

  • Falta de uso da contenção: essa é a principal causa. A contenção (fixa ou removível) é usada depois que o aparelho é removido para manter os dentes no lugar. Quando o paciente deixa de usá-la corretamente, os dentes começam a se mover.
  • Crescimento e envelhecimento: com o passar dos anos perdemos perímetro dos arcos dentários e podem ocorrer pequenas movimentações. Por isso é fundamental utilizar a contenção no tempo indicado pelo seu Ortodontista.
  • Maus hábitos: roer unhas, usar a língua para empurrar os dentes ou respirar pela boca podem influenciar na posição dos dentes ao longo do tempo.
  • Bruxismo ou apertamento: também podem causar movimentações dentárias. Por isso se você possui uma dessas parafunções é importante trata-las e utilizar placas que possam proteger os dentes dessas movimentações indesejadas.

Qual a melhor contenção? Fixa ou removível?

Uma revisão científica feita por pesquisadores analisou diversos estudos comparando retenção fixa e removível. O que encontraram foi:

  • As duas funcionam bem para manter os dentes no lugar.
  • A contenção fixa tende a ser mais eficaz a longo prazo, porque não depende da pessoa lembrar de usar.
  • A contenção removível só funciona bem se o paciente usar corretamente, todos os dias. Caso contrário, os dentes começam a se movimentar de novo.

Ou seja, o sucesso da contenção removível depende muito da disciplina do paciente!

A contenção é para sempre?

Em muitos casos, sim. Embora pareça exagero, muitos ortodontistas hoje recomendam o uso contínuo ou por tempo indeterminado da contenção. Isso não quer dizer que você vai precisar usá-la o dia todo para sempre — mas sim manter o uso noturno por muitos anos ou de forma permanente, especialmente no caso das contenções fixas. 

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O que posso fazer para manter meus dentes alinhados?

  • Siga à risca as orientações do seu ortodontista.
  • Use a contenção conforme indicado.
  • Volte para as consultas de revisão.
  • Mantenha bons hábitos orais e cuide da saúde bucal.

Em resumo

O tratamento ortodôntico não termina quando o aparelho sai. A fase de contenção é essencial para manter os resultados alcançados. Com disciplina e acompanhamento, é possível evitar a recidiva e manter o sorriso alinhado por muito mais tempo.

Dra. Flávia Gama

Colunista

Cirurgiã-dentista. Especialista em Ortodontia. Mestre em Radiologia e Habilitada em Laserterapia. @flaviagama.orto

Cirurgiã-dentista. Especialista em Ortodontia. Mestre em Radiologia e Habilitada em Laserterapia. @flaviagama.orto