Fev 2024
19
Felipe Mello
COLUNA ESG

porFelipe Mello

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300 hectares de desejos têxteis

O lixão clandestino se insere numa região ocupada por comunidades com altos níveis de pobreza e de vulnerabilidade social, que costumam ir ao lixão pegar itens e revender. Contudo, muitas dessas roupas não são biodegradáveis e podem conter produtos químicos tóxicos, o que gera risco não só para o ambiente em si, mas para a própria população ao redor. Segundo a revista da Dazed, apenas 15% das roupas foram realmente usadas pelos donos, na verdade a maioria teria sido jogada fora pelas próprias empresas, que buscam continuamente renovar seu estoque de acordo com o surgimento de novas tendências. Hoje, essas roupas afetam 300 hectares da região.

A indústria da moda está entre as mais poluentes do mundo, sendo responsável por 8% dos gases de efeito estufa e 20% do desperdício de água, de acordo com a Organização das Nações Unidas. São necessários 7.500 litros de água são usados para produzir uma única peça jeans sem contar que grande parte é composta por poliéster, um tipo de resina plástica derivada do petróleo que é mais barata, mais leve e de rápida secagem. O problema é que esse material demora 200 anos para se desintegrar enquanto o algodão se decompõe em 2,5 anos.

Reduzir, reciclar e repensar seus hábitos

No entanto, com a falta de soluções reais e efetivas, e com o aumento desenfreado da  chamada “fast fashion” as roupas seguem se acumulado todo dia no deserto. Existem muitas marcas eco friendly e sustentáveis no Brasil e no mundo, que se preocupam em oferecer produtos de qualidade, sem prejudicar o meio ambiente ou as pessoas.

Enquanto não mudamos nossos hábitos de consumo, podemos ter ações efetivas como:

  • Reduzir o consumo de roupas que não são necessárias ou que têm baixa qualidade e durabilidade;
  • Reutilizar peças do próprio armário, transformando-as em novas ou customizando-as com criatividade;
  • Reciclar roupas que não são mais usadas, doando-as para instituições sociais, vendendo-as em brechós ou lojas de segunda mão, ou enviando-as para reciclagem têxtil;
  • Alugar roupas para ocasiões especiais, evitando comprar peças que serão usadas poucas vezes;
  • Consumir marcas eco friendly e sustentáveis, que se preocupam com o impacto ambiental e social da sua produção, usando matérias-primas orgânicas, recicladas ou biodegradáveis, e respeitando os direitos dos trabalhadores.

Essas são algumas formas de contribuir para uma moda mais consciente e responsável, que valoriza a qualidade, a diversidade e a criatividade, e que não prejudica o planeta e as pessoas. 🌎

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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