Abr 2024
21
Felipe Mello
COLUNA ESG

porFelipe Mello

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Seca e El Niño

O estado de Roraima, afetado por um período de seca exacerbado pelo fenômeno El Niño, contabiliza sozinho 1 milhão de hectares queimados, principalmente de vegetação campestre. Pará e Amazonas seguem com 475 mil e 136 mil hectares, respectivamente, somando 85% do total nacional.

A crise climática e a seca são apontadas como causas principais, mas o ano recorde de calor e a inatividade das operações de fiscalização do Ibama devido a paralização dos servidores do órgão, também são fatores relevantes. A ação humana, muitas vezes para abrir novas áreas de pastagem, é uma grande contribuinte para as queimadas, que ameaçam a biodiversidade e desestabilizam ecossistemas vitais como a Amazônia, que raramente queima por causas naturais devido à sua umidade.

O problema tem múltiplas causas

O aumento alarmante de queimadas nos três estados brasileiros desafia a identificação de uma causa única, embora a seca extrema de 2023, exacerbada pela crise climática, tenha sido um fator significativo. A situação é agravada pelo ano recorde de calor e os efeitos do fenômeno El Niño, além da redução das atividades de fiscalização ambiental pelo Ibama.

A Amazônia, notoriamente úmida, raramente incendeia por causas naturais, o que sugere uma predominância de fatores antrópicos nas recentes queimadas, muitas vezes para conversão de terras em pastagens. O impacto é devastador: somente em janeiro, 1,03 milhões de hectares foram consumidos pelo fogo, um aumento de 248% em comparação com o ano anterior.

A preservação das florestas é mais do que uma medida ambiental; é uma estratégia crítica para mitigar as mudanças climáticas, considerando seu papel no sequestro de carbono, na regulação hídrica e na reflexão solar. Contudo, a restauração florestal já não é vista como viável, dada a magnitude dos danos. A necessidade agora é de ação política global e financiamento adequado para salvaguardar o que resta e, idealmente, reverter os danos causados.

A perda contínua de biodiversidade e serviços ecossistêmicos, juntamente com a liberação de carbono, coloca os próximos anos como decisivos para o futuro do planeta. Proteger os biomas terrestres transformou-se de uma escolha para uma imperativa urgente, essencial para a sustentabilidade ambiental e a sobrevivência das gerações futuras.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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