Abr 2024
28
Felipe Mello
COLUNA ESG

porFelipe Mello

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Rumo ao Lixo Zero

Uma pesquisa realizada pelo Ipec no ano passado mostrou que pouco mais da metade dos brasileiros, 52%, está muito preocupada com o meio ambiente. Para a maioria dos entrevistados, os governos, empresas e indústrias são os que mais podem contribuir para resolver o problema das mudanças climáticas, 8% atribuem às ONGs ambientalistas e apenas 23% enxergam que a atitude dos cidadãos pode contribuir mais no combate às ações do clima.

Apesar de ser um projeto que poderá ser estendido para todo o estado, Vila Velha está sendo a primeira cidade da Região Metropolitana a receber o “Rumo ao Lixo Zero”, segundo as organizadoras, pela sua importância histórica. “Começamos o programa no município mais antigo do Espírito Santo, nos bairros Prainha e Barra do Jucu, com o objetivo de alcançar o lixo zero até 2030. O Instituto Movive é âncora dos ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU – aqui no estado e enxergamos o ‘lixo’ como uma oportunidade para essa transformação que buscamos, contribuindo no alcance dessas metas, além da melhoria da geração de renda com inclusão produtiva dos catadores de material reciclável, que desempenham um papel fundamental nesse processo”.

Dados fornecidos pela Secretaria de Serviços Urbanos de Vila Velha mostram que a cidade gerou no ano passado quase 216 mil toneladas de lixo, onde apenas 275 toneladas foram encaminhadas à reciclagem, o que representa em torno de 0,13%, deixando evidente o tamanho do desafio a ser enfrentado. No ranking das cidades brasileiras mais sustentáveis elaborado pelo Instituto Cidades Sustentáveis, Vila Velha ocupa apenas a 1518ª posição.

Desafios precisam ser enfrentados

Os avanços do projeto têm outros desafios que precisam ser enfrentados para que Vila Velha se torne referência na reciclagem e compostagem dos resíduos urbanos. “Já avançamos na identificação e mobilização dos atores, que são: a comunidade, o governo e o setor produtivo, além de instituir a Semana Municipal do Lixo Zero, mas ainda é necessário maior envolvimento da gestão municipal, encontrar locais para compostagem e angariar recursos financeiros para contratação de equipe técnica, que hoje é formada por voluntariado”.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), 50% do lixo doméstico é composto por resíduos orgânicos; 35% pelos recicláveis secos; e apenas 15% por rejeitos. Mas no conceito “Lixo Zero” a meta é ainda mais ambiciosa, “quando pensamos em lixo apenas 10% deveria ser destinado para os aterros, porque cada vez que um aterro é encerrado, outro precisa ser aberto e isso contamina o solo ao redor, atinge o lençol freático e deixa a região improdutiva. Os recursos gastos para enterrar o lixo poderiam ser investidos em outras áreas, como saúde e educação. Dessa forma, estamos ‘enterrando’ dinheiro”, finaliza Cristina.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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