Maio 2024
6
Felipe Mello
COLUNA ESG

porFelipe Mello

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porFelipe Mello

Em 45 dias, duas grandes tragédias

No Brasil, os efeitos desses fenômenos têm sido sentidos com intensidade, especialmente nas secas severas que atingem o centro-oeste e o norte do país e nas enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul. Estudos indicam que as secas no nordeste do Brasil estão se tornando mais longas e severas, afetando diversos setores da sociedade e representando um dos principais desafios na gestão da água na região. Além disso, tendências significativas para condições mais secas foram observadas em todo o centro do Brasil, com um papel importante no aumento da evaporação, impulsionado por temperaturas cada vez mais altas.

As enchentes sem precedentes no Rio Grande do Sul, por sua vez, foram causadas por uma combinação rara de temperaturas mais altas que a média, alta umidade e ventos fortes, resultando no colapso de barragens e em ondas de inundação que causaram pânico e danos adicionais nas áreas já afetadas pelas enchentes. Esses eventos extremos de precipitação têm sido atribuídos ao fenômeno climático El Niño, que tem intensificado a frequência e a severidade das chuvas na região.

Esses eventos climáticos extremos não são apenas desastres naturais isolados; eles são indicativos de um padrão mais amplo de mudanças climáticas que afetam a segurança hídrica, a produção agrícola e a infraestrutura urbana. A interconexão entre o aquecimento global, as mudanças climáticas e seus impactos diretos nas condições de vida das pessoas é clara e exige uma resposta imediata e coordenada de políticas públicas e práticas sustentáveis.

E o que fazer? Adaptação climática!

Para mitigar esses impactos e adaptar-se às novas realidades climáticas, é crucial que o Brasil e outros países afetados invistam em pesquisa climática, desenvolvam sistemas de monitoramento e alerta precoce e implementem estratégias de gestão de recursos hídricos que considerem cenários de mudanças climáticas. Além disso, é essencial que haja um esforço global para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, promovendo a transição para fontes de energia renováveis e práticas sustentáveis de uso da terra.

A adaptação das cidades às novas realidades climáticas não é apenas uma necessidade, é uma urgência. O investimento público em infraestrutura resiliente ao clima é fundamental para proteger as comunidades e garantir a continuidade do desenvolvimento socioeconômico. Isso inclui a construção de sistemas de drenagem eficientes, a revitalização de áreas verdes urbanas para melhorar a absorção de água e a implementação de edificações sustentáveis e resistentes a eventos climáticos extremos. Além disso, é essencial que as políticas urbanas sejam revisadas e atualizadas para refletir as necessidades de uma era marcada por mudanças climáticas aceleradas.

O investimento em adaptação urbana não só a proteção e o bem-estar dos cidadãos, mas também servirá como um estímulo para a inovação, a criação de empregos verdes e o crescimento econômico sustentável. Investir em adaptação climática não é apenas uma medida de segurança, mas também uma oportunidade para promover o desenvolvimento sustentável e a inovação tecnológica.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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