Com a sustentabilidade em pauta para o ano, líderes mundiais se reúnem em eventos como a COP26 para debater a redução de emissões de gases de efeito estufa, da poluição e a implementação de práticas sustentáveis na economia global. Nesse sentido, o agronegócio pode ser um exemplo para o mundo, dado que o ritmo de inovações no setor pode contribuir para maior sustentabilidade ao redor do globo.
A agricultura e a pecuária têm o potencial de reduzir entre 3% e 7% a emissão de poluentes ao redor do mundo até 2030. Essas projeções vêm do estudo realizado pela Agência da ONU para a Agricultura e Alimentação (FAO) e do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (BERD), apresentado na última segunda-feira (8), na COP26, em Glasgow.
Com projeções baseadas nas emissões do setor em 2020, o benefício econômico estimado com a mitigação gira entre US$ 60 bilhões e US$ 360 bilhões, segundo a FAO. Nessa conta, o estudo leva em consideração, basicamente, os custos implícitos da poluição e as despesas com compensação e reparação do meio ambiente, caso nenhuma medida de mitigação seja tomada.
Além disso, ao colocar nas projeções a restauração da biodiversidade de áreas afetadas pela poluição e as melhorias de saúde para o globo em decorrência dessa ação, o agronegócio mundial tem o potencial de contribuir com US$ 5,7 trilhões até 2030.
Por outro lado, segundo a FAO, o investimento necessário para mitigar as emissões no setor seria de US$ 300 milhões a US$ 500 milhões ao ano, montante que corresponde a menos de 0,5% do PIB global e consideravelmente menor que o retorno esperado. As iniciativas gerariam US$ 4,5 trilhões ao ano em novas oportunidades de negócio no setor, afirma a agência da ONU.
Além de beneficiar a população global, o agro se beneficiaria com os movimentos rumo a maior sustentabilidade. Isso porque o agravamento do aquecimento global e o aumento da poluição tem impacto direto sobre a produtividade no campo.
Nesse sentido, os produtores rurais do Brasil e do mundo tem capacidade para cumprir com as projeções. O setor é um dos mais inovadores do mundo, e as novas empresas dentro e fora da porteira focam, cada vez mais, em uso de tecnologia e precisão, para ampliar a produtividade e evitar desperdício de recursos naturais na produção, além de recompor a capacidade das terras agricultáveis.
E esse é um movimento apoiado tanto por produtores, quanto por empresas consolidadas no ramo e por investidores do agronegócio, o que deixa o otimismo com a contribuição do agro para tornar o mundo mais sustentável.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória
