Segundo a casa de análise do mercado de fertilizantes Globalfert, após a escalada de preços em 2021, as cotações internacionais dos fertilizantes devem se acomodar ao longo dos próximos meses. Ainda, em alguns produtos, como a ureia, espera-se que os valores se reduzam.
Nesse contexto, vale lembrar que no ano passado, os preços de três grupos de macronutrientes, a ureia, o MAP (fosfato) e o cloreto de potássio, subiram consideravelmente e, em alguns momentos, bateram o triplo da cotação observada em 2020.
Em relação a esses principais macronutrientes, entre de dezembro de 2020 e dezembro de 2021, o preço no porto no Brasil aumentou 193%, passando de US$ 284 a US$ 833. Em relação ao potássio, os preços escalaram na ordem de 200%, com potencial para novos aumentos na ordem de 10% a 20% pelo menos no começo do ano, de acordo com as expectativas de mercado.
Ainda, o fósforo avançou 110% em 2021, com potencial de pequenos reajustes nos primeiros meses do ano.
No cenário internacional, três players relevantes do mercado começaram 2022 com impasses em relação à oferta. Em primeiro lugar, algumas empresas europeias já comunicaram a paralização das compras de potássio para a fabricação de fertilizantes da Bielorússia, em razão das supostas fraudes eleitorais de 2020.
Nesse contexto, a demanda por esses insumos será redirecionada para outros fornecedores. Contudo, há ainda outro impasse. A China e a Rússia, por exemplo, já estão regulando e controlando suas ofertas no mercado internacional, com o objetivo de suprir esses insumos para seus respectivos mercados internos. Vale lembrar que os chineses, por exemplo, apenas retornarão ao mercado internacional no segundo semestre.
Mesmo assim, os analistas da Globalfert acreditam que os preços pelo menos cedam entre 2022 e 2023, principalmente a partir da segunda metade do ano, mas mantendo-se em patamares acima dos registrados em 2019 e 2020. Uma das razões é uma melhor expectativa na estabilização das cadeias de suprimentos globais.
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