Jul 2022
14
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Stefany Sampaio
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porStefany Sampaio

Aumento na receita, apesar da redução no volume embarcado

O desempenho da safra foi consolidado com os dados de junho deste ano, quando o Brasil remeteu 3,1 milhões de sacas ao exterior, volume 2,1% maior do que o aferido no mesmo mês de 2021. De acordo com relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), em receita, o incremento foi ainda mais significativo, de 69,9%, com os embarques rendendo US$ 733,8 milhões ao país.

Considerando toda a temporada, iniciada em julho de 2021, o aumento na receita foi de 38,7%. O Brasil faturou, ao todo, US$ 8,1 bilhões. Um valor recorde, como destaca o presidente da entidade, Günter Häusler: “o valor histórico é reflexo da taxa favorável de câmbio e do trabalho exemplar dos exportadores brasileiros em tempos de dificuldades, o que permitiu que o Brasil mantivesse sua representatividade e aproveitasse os elevados níveis internacionais dos preços.”.

Houve, no entanto, redução no volume exportado. O Brasil remeteu ao exterior 39,6 milhões de sacas de 60 kg de café, 13% a menos do que na safra 2021/2021. A redução no volume é explicada pela oferta reduzida, em razão do ciclo de ciclo de bienalidade baixa das lavouras de arábica, e dos gargalos logísticos, com custos altos de frete, cancelamentos de bookings, rolagens de cargas e menor disponibilidade de contêineres e espaço nas embarcações.

Ainda assim, o desempenho das exportações entre julho de 2021 e junho de 2022 é considerado positivo. Apesar da queda em volume na comparação com a temporada anterior – ano de colheita recorde no Brasil – o montante embarcado está dentro da média das últimas cinco safras, que é de 39,480 milhões de sacas de café.

Principais destinos e tipos de café

Os Estados Unidos seguem como os principais importadores, apesar da redução registrada. Adquiriram 7,936 milhões de sacas, volume 4,8% inferior aos 8,339 milhões comprados em 2020/2021. Esse montante correspondeu a 20% das exportações totais do Brasil na safra recém-encerrada. A Alemanha, com representatividade de 16,3%, importou 6,465 milhões de sacas (-18,7%) e ocupou o segundo lugar no ranking. Na sequência, a Bélgica, com a compra de 3,182 milhões de sacas (-17%).

Em seguida, vêm Itália, com 3,124 milhões (+12,9%); e Japão, com a aquisição de 2,171 milhões de sacas (-17,3%). A continuidade da guerra na Ucrânia impactou as exportações para a Rússia, que saiu do tradicional sexto lugar na classificação para o nono posto no acumulado da temporada recém-encerrada. O país do Leste Europeu adquiriu 950.860 sacas, volume que representou queda de 20,3% na comparação com a safra antecedente.

O café arábica foi o mais exportado no acumulado do ciclo 2021/22, com o envio de 32,889 milhões de sacas ao exterior, o que correspondeu a 83,1% do total. Já o café solúvel registrou o embarque equivalente a 4,049 milhões de sacas, respondendo por 10,2%. Na sequência, vieram a variedade canéfora (robusta + conilon), com a exportação de 2,603 milhões de sacas (6,6%), e o produto torrado e torrado e moído, com 47.944 sacas (0,1%).

Os cafés diferenciados, que possuem qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis, responderam por 19,8% das exportações totais brasileiras do produto de julho de 2021 a junho deste ano, com o envio de 7,829 milhões de sacas ao exterior. Esse volume representou declínio de 0,8% na comparação com os 7,889 milhões de sacas embarcados pelo país em igual período anterior.

O preço médio dos cafés diferenciados foi de US$ 258,92 por saca, proporcionando uma receita cambial de US$ 2,027 bilhões nesse intervalo de 12 meses, o que correspondeu a 25% do obtido com os embarques totais. No comparativo com a temporada 2020/21, o valor é 55% maior. No ranking dos principais destinos, os Estados Unidos ficaram na ponta, com a importação de 1,616 milhão de sacas, o equivalente a 20,6% do total desse tipo de produto exportado.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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