Jul 2023
11
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Cultura do cacau movimenta por ano R$ 115 milhões em Linhares

O município de Linhares foi escolhido para sediar a capacitação por sua força na produção de cacau. Atualmente, a cidade é responsável por 72% de todo o cultivo de cacau no Espírito Santo.

A produção anual de oito mil toneladas movimenta cerca de R$ 115 milhões. Além de Linhares, outras localidades como São Mateus, Colatina e João Neiva também se destacam no cultivo de cacau.

Na excelência da matéria-prima o município de Linhares já é reconhecido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), desde 2012. Com isso, o município conquistou a Indicação Geográfica (IG) do cacau em um movimento liderado pela Associação de Cafeicultores do Espírito Santo (Acau).

A Fazenda São Luiz, situada em Linhares, foi selecionada como propriedade onde ocorreu o treinamento. A fazenda do cacauicultor Emir de Macedo Gomes Filho, é reconhecida pela qualidade das amêndoas de cacau que produz, além de apresentar pontos positivos em sua lavoura. A escolha do local permitiu que os participantes do treinamento pudessem observar na prática as ações sustentáveis adotadas na fazenda.

“A nossa fazenda sempre foi reconhecida pela qualidade de nossos produtos, e agora também nos tornamos uma referência em sustentabilidade. Esse fato comprova que adotamos não apenas boas práticas agrícolas, mas também assumimos a responsabilidade social e ambiental. É de suma importância ressaltar que esse reconhecimento nos incentiva a continuar investindo na preservação da biodiversidade”, destacou o cacauicultor.

Vitor França, coordenador de Projetos e Serviços do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), uma das entidades envolvidas na elaboração do currículo de sustentabilidade, destacou a importância dessa capacitação.

“O currículo foi desenvolvido em conjunto por diversos setores da cadeia do cacau, incluindo órgãos públicos, entidades privadas, organizações do terceiro setor e indústrias. Lançado em 2021, o currículo se mostrou ter um perfil técnico, o que levou à criação de um manual de implementação em 2022. O currículo se baseia em referências do currículo de sustentabilidade do café e tem como objetivo auxiliar e acelerar a adoção de práticas nas propriedades de cacau”, disse.

A escolha de Linhares e do Espírito Santo para sediar a capacitação também se deu pelo fato de o estado possuir o projeto Cacau 2030, uma iniciativa do CocoaAction Brasil em parceria com a Fundação Mundial do Cacau. Esse projeto visa abordar desafios de sustentabilidade nas áreas produtoras de cacau do Espírito Santo, Bahia e Pará até 2024.

“A capacitação em Linhares teve como objetivo não apenas ensinar os participantes a implementar o currículo de sustentabilidade do cacau, mas também divulgar e incentivar a adoção dessas práticas”, explicou França.

O treinamento envolveu atividades teóricas e práticas, proporcionando aos produtores a capacitação necessária para aplicar o currículo em seu trabalho de campo.

Boas práticas agrícolas na cadeia produtiva do cacau

O documento estabelece requisitos mínimos e reconhece as boas práticas agrícolas na etapa primária da cadeia produtiva. Seu objetivo é estimular a produção de alimentos seguros e de qualidade, promover práticas atraentes de produção e melhorar a qualidade de vida da população rural.

O Currículo de Sustentabilidade do Cacau foi elaborado de forma colaborativa, com a participação de diversos atores, como o governo federal, governo estadual, indústrias, representantes de produtores, cooperativas, serviços de assistência técnica, institutos, associações e certificações. Ele serve como referência de sustentabilidade para produtores, técnicos e instituições, visando a melhoria contínua da produção e a redução dos negativos.

Assim como o currículo, o Manual de Implementação também é uma fonte de orientação para produtores de cacau, técnicos e instituições, com o objetivo de promover uma produção mais sustentável. Ambos não têm como finalidade serem documentos de verificação, mas sim fornecer diretrizes para uma produção sustentável.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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