Copom mantém taxa Selic em 13,75% e preocupa construção

Letícia Vieira

A taxa Selic alta pode ter um impacto significativo na construção civil. Isso ocorre porque a taxa Selic é um indicador importante para o custo do crédito e dos financiamentos, afetando diretamente o setor imobiliário. Com uma taxa Selic alta, os juros dos empréstimos e financiamentos também aumentam, o que pode desencorajar investimentos em construção e aquisição de imóveis.

Além disso, a taxa Selic alta pode resultar em uma redução da demanda por imóveis, uma vez que os consumidores tendem a adiar ou cancelar planos de compra devido às condições menos favoráveis de financiamento. Isso pode levar a uma desaceleração na construção civil, com menos projetos sendo iniciados e menos empregos sendo gerados no setor.

Por isso a preocupação e por isso a importância de acompanhar esse indicador. Confira a matéria veiculada na agencia de noticias da CBIC sobre o assunto.

foto: Freepik

Taxa Selic

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu, nesta quarta-feira (21), manter a taxa de juros Selic em 13,75% ao ano (a.a). O índice segue sem alterações desde agosto de 2022.

Em nota, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) destacou que a decisão afeta o desempenho da atividade produtiva no país e impacta diretamente o setor da construção.

“Lamentamos que a taxa seja mantida, mais uma vez, nesse patamar exorbitante. Isso está claramente afetando o desempenho da atividade produtiva no país, justamente ela que gera renda e emprego. Particularmente, a indústria da construção está sendo muito impactada por esse juro elevado”.

Queda nos lançamentos

Dados divulgados pela CBIC mostram a queda de 30,2% dos lançamentos imobiliários nos primeiros três meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. A entidade ainda destacou que deve revisar a projeção de crescimento do setor para 2023. “O cenário com menor pressão inflacionária, a melhoria das expectativas e a redução de incertezas com a aprovação do arcabouço fiscal pela Câmara dos Deputados demonstra que ou reduzimos os juros ou continuaremos a atrasar o crescimento do país”, disse a entidade.

De acordo com a economista da CBIC, Ieda Vasconcelos, a taxa de juros elevada é o principal problema que vem sendo enfrentado pela construção. “É certo que no atual patamar a taxa desestimula os investimentos produtivos. O desempenho do mercado imobiliário reflete isso. Dados do Banco Central indicam que a caderneta de poupança, uma das principais fontes de financiamento imobiliário, já perdeu, nos primeiros cinco meses de 2023, mais de R$ 56 bilhões. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) os financiamentos imobiliários com recursos da caderneta de poupança apresentaram queda de 34,6% em abril, em relação a março deste ano. Dados preocupantes e que adia para agosto a expectativa do início do ciclo de afrouxamento monetário”, disse.

Por Leticia Vieira com informações da agência CBIC

Foto de Alex Pandini

Alex Pandini

Alex Pandini é jornalista, tem 53 anos e mais de 3 décadas de experiência profissional em rádio, jornal, TV, assessoria de imprensa, publicidade e propaganda e marketing político. Além de repórter e apresentador na TV Vitória, é responsável pelo conteúdo da plataforma ConstróiES.