Dia da Indústria: construção civil tem recursos disponíveis no Bandes

Luciene Araujo
Trabalhadores da indústria da construção civil

Foto: Freepik

Esta quinta-feira (25) é o Dia da Industria. Assim, a data destaca as potencialidades do setor em contribuir com o crescimento econômico e social de diversas formas na sociedade. Sobretudo, por impulsionar as cadeias produtivas e movimentar os setores de comércio e serviços.

E o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) disponibiliza linhas de crédito que atendem a todas as etapas de produção. Então, possibilitam promover o aumento da capacidade produtiva das empresas, por meio da modernização tecnológica. Dessa forma, visando a obter economias de escala e melhoria na qualidade de produtos.

A principal instituição de fomento do setor no Estado, prevê para este ano, aportes de recursos na ordem de R$ 310 milhões. “E a fatia maior será para a indústria”, aponta o gerente Comercial e de Relacionamento do Banco, Ezequiel Loureiro Nascimento.

E se o foco é o desenvolvimento do Espírito Santo, o setor da construção civil não pode ficar de fora. Loureiro  destacou ainda que existem linhas de crédito que contemplam o setor.

Recursos para construção civil

Recursos para Construção civil Ezequiel Loureiro (Bandes).

Ezequiel Loureiro Nascimento, gerente Comercial e de Relacionamento do Bandes. Foto: Bandes

O gerente detalhou que a instituição tem diversas opções de linhas. Há aquelas voltadas para o desenvolvimento de soluções internas do processo, de inovação de processo das indústrias. “São aquelas apoiadas pela Finep*, com recursos oriundos do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). São aportes de recursos para este segmento. Para inovação e que pode atender a indústria de construção civil”, explica.

No entanto, existe outra opção para a indústria da construção civil obter recursos na esfera federal. O Bandes retomou as operações com Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Finame

E isso representa a possibilidade de financiamento via Finame (Agência Especial de Financiamento Industrial), para aquisição de equipamentos diversos. “E a indústria da construção civil é muito demandante de equipamento. Tanto daqueles chamamos de linha amarela, que são as máquinas pesadas; quanto dos equipamentos utilizados na inovação e melhoria de processo”, enumera Loureiro

Ele enfatiza que a construção civil vem passando por um momento de investimento em modernização. Assim, muitos procedimentos que eram feitos manualmente, hoje já são desempenhados de forma automática. Isso leva ao ganho de tempo e redução de custos. “Porque, em alguns casos, o custo da mão de obra chega a 50% do custo. Então se você investe em tecnologia e reduz o tempo da obra, isso afeta diretamente na rentabilidade das empresas”, afirma.

A disponibilidade da linha Finame é de até R$ 130 milhões de recursos. “E o tamanho de cada operação depende, obviamente, da capacidade de pagamento do cliente. Mas podem ser valores desde R$ 500 mil até R$ 5 milhões”, exemplifica o gerente.

Carência

Dia da Indústria. bandes libera recursos para compra de máquinas pesadas

Há linhas especiais de financiamento para aquisição de máquinas pesadas. Foto: Freepik

Uma grande dúvida do mercado, afirma Loureiro, é em relação ao prazo de carência. Segundo ele, apesar de haver uma variação de um produto para outro, via de regra, a carência é “prazo de implantação do projeto, mais seis meses”.

E ele cita os casos de aquisição de um equipamento. “Basicamente, você compra um equipamento e ele chega entre 30 e 60 dias. Então você teria esse prazo, mais seis meses”, detalha Loureiro.

Outra linha é a BNDES Automático, que atende financiamento de projetos de obra. “Vamos supor que a empresa precise construir um galpão para abrigar seus equipamentos. Esse projeto vai durar uns seis meses. Então a carência será de um ano”, exemplifica.

Ainda segundo Loureiro, em operações maiores e de execução mais longa, a carência também pode ser maior, chegando a 18 meses ou até mesmo a 24 meses. E ele enfatizou ainda que, nesses casos,  o montante de recursos não é liberado todo de uma vez. Mas, são liberações trimestrais que dependem do cumprimento daquela determinada programação para cada uma das etapas do projeto.

Debêntures

Loureiro apontou ainda que o Bandes lançou recentemente o edital de Debêntures, focado nos setores de indústria, serviços, saúde, educação e energia. “E é um volume bem substancial, de R$ 250 milhões para emissão de debêntures, para empresas que são S.A.”, diz.

Por fim, há a opção do programa ES Inteligente. Ele é um trabalho que o banco tem feito junto aos municípios para fomentar e capacitá-los na preparação de Parcerias Público Privadas (PPP). “E pode ser portas abertas para o setor de construção civil, porque certamente os municípios precisarão contratar”, cita.

A afirmação de Loureiro se baseia na perspectiva de que haja, nos próximos anos, um maior volume de investimento nos municípios também, “demandando obviamente o setor de construção civil

Recursos

Em 2022, o Bandes aprovou cerca de R$ 30 milhões em recursos para financiar as empresas ligadas ao parque industrial do Espírito Santo. Se comparado ao ano de 2021, isso significou um aumento de cerca de 28%.

O diretor de Negócios do Bandes, Marcos Kneip Navarro, aponta que o setor industrial capixaba tem um grande potencial para se desenvolver. E isso permitirá a geração de emprego e renda para as atuais e futuras gerações. Juntamente com o apoio do banco nessa jornada de crescimento. Isso porque, inúmeros projetos foram analisados pelo Bandes, visando a apoiar o crescimento econômico do Espírito Santo.

Navarro salienta ainda que as liberações de crédito para o setor industrial tornam-se ainda mais relevantes na estratégia do Bandes, “tendo em vista o peso relevante que a indústria local tem no PIB capixaba e em nossa carteira”, frisou.

* A Finep – Financiadora de Estudos e Projetos – é uma empresa pública brasileira de fomento à ciência, tecnologia e inovação. Atua em empresas, universidades, institutos tecnológicos e outras instituições públicas ou privadas. Ela é vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Foto de Alex Pandini

Alex Pandini

Alex Pandini é jornalista, tem 53 anos e mais de 3 décadas de experiência profissional em rádio, jornal, TV, assessoria de imprensa, publicidade e propaganda e marketing político. Além de repórter e apresentador na TV Vitória, é responsável pelo conteúdo da plataforma ConstróiES.