Economia de baixo carbono: sabe como preparar sua empresa?

Luciene Araujo
economia de baixo carbono: desafios e oportundidades

Foto: Agência de Notícias da Indústria.

Economia de baixo carbono é uma necessidade real. A preocupação com as mudanças climáticas e a necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa estão cada vez maiores.
Nesse sentido, têm impulsionado a transição para uma economia de baixo carbono em todo o mundo.

Logo, o desafio enfrentado pelo setor da construção não é pequeno, conforme aponta levantamento recente da Agência Internacional de Energia (IEA). “Esse levantamento colocou a construção civil como responsável direta e indireta por 39% do efeito estufa atmosférico”, destaca o presidente da Comissão de Meio Ambiente, da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Nilson Sarti.

A afirmação foi feita na abertura do painel sobre o tema, durante o 96º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), em São Paulo. O objetivo do debate foi discutir estratégias de conscientização e desenvolvimento de iniciativas para as empresas do setor se prepararem a um cenário de descarbonização.

Economia de baixo carbono

painel economia baixo carbono - 96º Enic

Painel sobre economia de baixo carbono, no 96º Enic. Foto: CBIC

Apesar do alerta, Sarti enfatizou que “é um grande desafio que nós temos e com grandes oportunidades”.

E foi enfático em falar sobre a importância de todos estarem atentos ao tema e engajados em busca de soluções sustentáveis. Ainda, finalizou reiterando que a construção só vai conseguir atingir as metas de baixo carbono utilizando o setor inteiro. “É um puxando o outro para alcançar os objetivos”, pontuou.

CNI e a agenda de baixo carbono

O presidente da Federação das Indústrias de Rondônia e diretor do Instituto Amazônia + 21, Marcelo Thomé, reforçou o envolvimento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta agenda. “Nós estamos trabalhando com uma agenda de baixo carbono baseada em quatro pilares: transição energética, economia circular, conservação de florestas e crédito de carbono”, disse Thomé.

Além disso, explicou que uma série de ações têm sido promovidas pela CNI buscando preparar e estimular a indústria brasileira, por meio do componente da inovação. Assim, dar as condições para que a indústria reduza as suas emissões. Ainda, ressaltou a necessidade de engajamento do setor da construção e destacou a importância de se adotar práticas sustentáveis em toda a cadeia produtiva. “Ou a gente avança fortemente nessa agenda e quem não fizer vai ficar de fora das grandes oportunidades”, finalizou Marcelo.

Sustentabilidade e baixo carbono

Angel Ibañez, diretor de Suprimentos e ESG da Tegra Incorporadora, participou do debate e compartilhou a jornada da empresa no que diz respeito à sustentabilidade. Bem como, isso se conecta à agenda de baixo carbono. Ele ressaltou que o setor da construção possui um peso significativo quando se trata de pegada de carbono e geração de resíduos.

“Por isso a importância de se adotar práticas mais sustentáveis para mitigar esses impactos negativos, e foi em função disso que começamos a trabalhar na ideia de ser mais sustentável para o planeta”, explicou Ibañez.

A Tegra é uma incorporadora imobiliária residencial e de desenvolvimento urbano com foco em empreendimentos de alto padrão e forte atuação nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A incorporadora foi premiada em 2022 com prêmio Top de Sustentabilidade Advb By Russell Bedford. E também com o Master Imobiliário – categoria profissional – melhores práticas em ESG, com o case: melhoria constante de práticas sustentáveis.

Perspectivas

Também participou do painel, Fernando Souza, responsável por Desenvolvimento de Negócios em Edificações Verdes no Brasil da International Financial Corporation (IFC). Ele trouxe à discussão a perspectiva do Banco Mundial e da IFC sobre a descarbonização como uma agenda prioritária. E destacou o programa de aceleração para construções sustentáveis, desenvolvido pela IFC em 2022, como uma iniciativa que visa impulsionar a adoção de práticas de baixo carbono no setor da construção.

“O programa é pautado na promoção em instituições financeiras por meio do Advsory para que essas instituições possam liberar créditos alternativos, conscientizar e desenvolver o setor privado para que tenha consciência do que se trata tudo isso, e também o próprio investimento da IFC, entre outros pontos”, explicou Souza.

Além disso, Fernando pontuou que a IFC desenvolveu a ferramenta Edge para que todas as “ações do programa se casem uma com a outra”.

Finalizando o debate, ele salientou que a conscientização e a implementação de iniciativas sustentáveis são fundamentais para enfrentar os desafios ambientais e assegurar um futuro mais sustentável para o setor. “A descarbonização, na minha visão, já é obrigatória. Nós vivemos no mesmo lugar, no mesmo planeta, com recursos finitos”, finalizou.

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Metas globais

Em 2025, o Brasil assinou o Acordo de Paris, ao lado de quase 200 países signatários. Assim, assumiu uma das metas mais ambiciosas de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE), entre os países em desenvolvimento.

Tendo como base as emissões de 2005, o compromisso do país é de redução de 37% até 2025 e 43%, até 2030. Para o setor de energia a indústria defende a expansão do uso de fontes renováveis, o reconhecimento da importância dos biocombustíveis, o estímulo ao desenvolvimento de novas tecnologias de baixo carbono e ações de eficiência energética.

Com informações da Agência CBIC.

Foto de Alex Pandini

Alex Pandini

Alex Pandini é jornalista, tem 53 anos e mais de 3 décadas de experiência profissional em rádio, jornal, TV, assessoria de imprensa, publicidade e propaganda e marketing político. Além de repórter e apresentador na TV Vitória, é responsável pelo conteúdo da plataforma ConstróiES.