Iluminação para valorizar obras de arte e livros no décor

Aline Pagotto

Foto: Freepik

Pode reparar: um ambiente sem toques de arte sempre passa aquela sensação de que algo está faltando. Na sua diversidade, pinturas, esculturas e outros objetos decorativos demonstram a personalidade do morador e o seu apreço por aquela seleção exposta em unicidade com o projeto de arquitetura de interiores. Mas como exaltar a beleza e a magnitude dessas obras que estão inseridas com o intuito de serem vistas e apreciadas?

Além de trazer luz aos espaços, a iluminação entra em cena com o propósito de exaltar. Posicionadas estrategicamente, ela ajuda a criar sensações, ampliar espaços, ressaltar a decoração e contribuir com a valorização e assertividade do projeto como um todo.

Segundo a arquiteta Bruna Souza, um local voltado para a exposição de arte costuma ser um ambiente mais fechado e neutro, para que o destaque seja na obra.

A arquiteta Bruna Souza crédito: arquivo pessoal

“Esse destaque vem da beleza dos quadros e esculturas que são ainda mais valorizados, por meio da iluminação. Para locais em que temos muitos livros, costumamos usar um conceito parecido, entretanto, pode haver outras estratégias. Por meio da iluminação é possível transformar o ambiente e até mesmo influenciar psicologicamente o usuário, pode-se criar e mudar suas sensações no ambiente”, diz a arquiteta.

Livros

Em caso de cômodos em que tenham prateleiras de livros ou escritórios, por exemplo, Bruna explica qual é o melhor tipo de iluminação. “A natural é sempre melhor por conta do índice de reprodução das cores. Caso seja possível utilizá-la por meio de grandes vãos, ou por uma abertura zenital – entrada de luz natural em um ambiente por meio de pequenos ou grandes aberturas na cobertura -, por exemplo, será ótimo. Claro que dependerá da localização desse ambiente. Também é importante ter precaução para não ter uma incidência solar direta, podendo causar o ofuscamento”, afirma.

A arquiteta destaca que a iluminação artificial complementar, deve ser estratégica, mas sempre de forma homogênea, sendo que a distribuição dos móveis é importante para essa definição.

“Há quem opte por uma iluminação mais branca sem muitos destaques de setores, já a estratégia mais comum é aquela que traz mais aconchego, em que se tem a iluminação geral e com focos voltados para as estantes, dando destaque aos livros e suas seções. Porém, deve-se ter cuidado com a posição dessa luminária para evitar a projeção de sombras, desvalorizando o produto e cuidado com a radiação emitida pela luz pois pode acabar danificando os móveis e livros.

Uma livraria muita das vezes possui um espaço com mesas e poltronas destinadas à leitura, portanto o leitor não deve forçar a vista, ter uma iluminação contínua, sem sombras e sem excessos, sendo possível utilizar pontos de luzes adicionais de forma indireta, tornando o ambiente mais relaxante, a fim de estimular o conforto e a permanência do usuário

Obras de arte

Para locais em que tenham obra de arte, como salas de estar, a iluminação natural também é uma boa escolha, mas é necessário ter um pouco de precaução.

Obras de arte com iluminação natural. Foto: Freepik

“É um pouco mais difícil de controlar sua intensidade, sendo a abertura zenital mais fácil de se controlar, pois vem de cima para baixo e fica mais alta podendo auxiliar na iluminação geral do ambiente. Contudo, a radiações ultravioleta e infravermelha podem danificar a obra. Portanto é necessária uma película adequada para o vidro dessa abertura que dá passagem para a luz natural”, indica Bruna.

O mesmo cuidado se aplica à iluminação artificial, em que o foco para a obra de arte se dá por meio de um trilho. Nele, os refletores estão inclinados e posicionados estrategicamente na obra. E isso de forma uniforme, respeitando as dimensões das obras, a posição, angulação e coloração desses refletores. Bruna afirma que desse modo, não cria sombras na obra tanto de outros elementos no entorno.

“Essa é uma forma de proporciona a percepção real das cores, tendo o cuidado de preservar a durabilidade das artes”, explicou.

Arte em casa

Amante de história, a empresária Luciana Andrade concentrou em seu escritório alguns livros que considera importantes em sua trajetória. Ela buscou fazer uma estante com todos os exemplares que gosta e fez um ambiente aconchegante para a leitura.

“Aqui no escritório tenho livros de todos os tipos. Os que são de trabalho e os que são de histórias para os meus filhos. Sou apaixonada por leitura e eles estão indo pelo mesmo caminho. Por isso, procurei inserir uma iluminação mais leve para que não prejudique a visão e possamos passar um tempo juntos”, conta.

Foto de Alex Pandini

Alex Pandini

Alex Pandini é jornalista, tem 53 anos e mais de 3 décadas de experiência profissional em rádio, jornal, TV, assessoria de imprensa, publicidade e propaganda e marketing político. Além de repórter e apresentador na TV Vitória, é responsável pelo conteúdo da plataforma ConstróiES.