Projetos de acessibilidade tornam a cidade mais inclusiva

Aline Pagotto

Foto: Freepik

Acessibilidade é uma questão mais ampla do que muitos imaginam. Não se resume apenas em colocar rampas nas entradas dos prédios com degraus ou construir banheiros com barras e portas mais largas para passagem e apoio de cadeirantes.

De acordo com o engenheiro e arquiteto Marlos Reis, um ambiente acessível é aquele em condições iguais de uso para todos. Isso vale para pessoas com deficiência física, visual, auditivas, autistas ou até mesmo idosos.

O engenheiro civil e arquiteto, Marlos Reis crédito arquivo pessoal

“Cabe ao arquiteto o estudo de ocupação dos ambientes identificando todos os usuários do local, incluindo possíveis ambientes utilizados por pessoas com deficiência, além de transpor as limitações existentes com auxílio de equipamentos especiais ou recurso construtivos”, diz.

Onde deve ter acessibilidade?

Espaços de comum acesso devem conter em seu projeto locais com acessibilidade.

Segundo Marlos, rampas acessíveis, instalações de guarda-corpo ou corrimões com alturas adequadas, degraus e pisos de escadas com altura adequadas, brinquedos acessíveis e parquinhos e praças, transporte público com equipamentos especiais de acesso e assentos acessíveis são itens que sinalizam acessibilidade.

Sinalização tátil em piso e acessos a ambientes, pintura com contraste para auxílio de locomoção de pessoas com baixa visão, salas específicas para educação especial e salas sensoriais para atendimento a autista em escolas público e privadas, por exemplo, também fazem parte da acessibilidade.

Práticas acessíveis

A loja da empresária Penha Colodetti possui rampa de acesso à garagem e elevador. Foro: Google Maps

O especialista lembra que a acessibilidade não deve se limitar aos prédios públicos, bancos ou grandes condomínios verticais. Ou seja, ela deve estar presente em todos os lugares: calçadas públicas e privadas, parques e áreas de lazer, quadras esportivas, entre outros.

“Uma simples atitude de pensar na adequação de sua própria casa de forma acessível contribui para uma comunidade mais inclusiva. Práticas simples como a construção de corredores mais largos, banheiros com área maiores para movimentação interna, instalação de portas com largura mínima de 80cm, uso de barras de apoio nas bacias sanitárias e nos boxes de chuveiros sem ressaltos e caminho livre sem ressaltos no piso em toda a casa são importantes no planejamento consciente da edificação, além de aumentar seu tempo de uso”, destaca ele.

Pensando nisso, a empresária Penha Colodetti projetou sua loja com itens que facilitam a acessibilidade para clientes e visitantes. Para isso, ela adicionou um elevador que dá acesso aos andares do edifício, além da rampa da acesso à garagem e os banheiros com cadeiras e barras de apoio. Para ela, essa é uma ação importante para encorajar pessoas que possuem dificuldade e/ou limitações a se locomoverem com mais facilidade.

“Penso que como é pouco comum termos essa facilidade, as pessoas com essas limitações saem pouco. Até porque essas pessoas se deslocam pouco para tudo. Assim sendo, também precisam de roupa e calçados”, conta ela.

Penha afirma que a loja foi projetada para atender todos os tipos de pessoas com deficiência. “Não atendemos só cadeirante, mas  também pessoas com uso de muleta, com problema de quadril, ou outros problemas ortopédicos e neurológicos”, finaliza.

Foto de Alex Pandini

Alex Pandini

Alex Pandini é jornalista, tem 53 anos e mais de 3 décadas de experiência profissional em rádio, jornal, TV, assessoria de imprensa, publicidade e propaganda e marketing político. Além de repórter e apresentador na TV Vitória, é responsável pelo conteúdo da plataforma ConstróiES.