Retrofit: técnica promove economia e otimiza recursos

Letícia Vieira
Hotel Fasano de Salvador é o primeiro exemplo de retrofit no Brasil

O primeiro exemplo de retrofit é o Hotel Fasano, em Salvador. Foto:

Retrofit está em alta. Afinal, reaproveitar é a palavra de ordem.

Mas, o que é exatamente é o retrofit? É uma técnica de renovação que visa a modernizar imóveis antigos, tornando-os mais eficientes e sustentáveis.

Retrofit

As arquitetas Ana e Jacquelini, da BF Archi, especialistas em retrofit

Jacquelini Barros e Ana Forattini. Foto: Clóvis Louzada

Essa técnica é uma alternativa à demolição e reconstrução de edifícios, que pode ser mais cara e prejudicial ao meio ambiente. E pode ser aplicada  em diferentes tipos de edifícios, bem como em residências, prédios comerciais e industriais.

Além disso, o retrofit também pode incluir mudanças estéticas, incluindo a restauração da fachada original do edifício e a renovação dos acabamentos internos. O objetivo é preservar a história e o charme da construção original, ao mesmo tempo em que se moderniza e torna mais eficiente.

De acordo com as arquitetas e sócias da BF Archi, Jacquelini Barros e Ana Forattini, não se trata de uma simples reforma ou de uma restauração apenas. É otimizar recursos e tempo de obra. “Não é um processo exclusivo de prédios tombados por órgãos públicos. Aplica-se a qualquer edificação antiga, no qual podemos aplicar a atualização dos requisitos de acessibilidade, segurança e conforto da legislação atual”, diz Jacquelini.

Vantagens

Retrofit - a técnica de modernizar imóveis antigos

Pinacoteca do Estado de São Paulo (Nelson Kon/CASACOR)

A técnica é recomendada toda vez que uma edificação antiga necessita ser recuperada, atualizada. Então, cria-se condições para novas funções e facilidades de uso, frente às  novas tecnologias disponíveis, explica a arquiteta. Nesse contexto, utiliza-se soluções integrais para as fachadas, instalações, acessibilidade, proteção contra incêndio, sistemas de segurança mais avançados, automação focado em economia e outros itens.

Para Ana Forattini, as vantagens do retrofit são muitas, pois aumentam a vida útil do imóvel. Tornam os espaços mais seguros, acessíveis, mais coerentes com as políticas de economia de água e energia. Isso, por meio da utilização de tecnologias sustentáveis, requalificando funcionalmente os espaços, valorizando o imóvel.

O retrofit também pode ser uma forma de atender às exigências de certificações ambientais e de obter incentivos fiscais e financeiros para a renovação de edifícios. Em qualquer edificação, sejam unidades residenciais ou comercias – casa ou prédios – os cuidados devem ser os mesmos. Para tanto, é importante que todo o trabalho seja conduzido por um arquiteto qualificado, com expertise no assunto, para garantir que toda o processo seja feito com a devida segurança.”, conclui Ana.

Reestruturação

No edifício da aposentada Maria Inês Pupa realizaram um projeto funcional, para melhorar a mobilidade e o conforto dos moradores, visitantes e prestadores de serviço. Por meio do retrofit, o edifício construído em 1984 recebeu elevador e gás encanado, entre outras melhorias. Os profissionais elaboraram um projeto mais amplo, incluindo todas as melhorias que poderiam ser feitas para modernizar e dar mais segurança.

“Neste projeto incluiu câmeras de segurança, alarme sobre os portões das garagens, portaria com sistema de chaves em forma de TAG e o gás encanado, que veio com a distribuição do gás pelas ruas. Com a expansão da tubulação de gás natural, permitiu o condomínio a fazer uso dessa modernidade e abandonar as botijas de gás dentro da cozinha”, conta Maria Inês.

A aposentada pontua que o elevador veio por uma necessidade de acessibilidade, fator muito importante para os condôminos. “A maioria dos moradores está na faixa etária de 60 e 70 anos e pretendem envelhecer aqui, neste prédio. Então, decidimos pela instalação do elevador, visando a ter melhor qualidade de vida, mesmo não sendo exigência legal pela quantidade de pavimentos, são apenas três”, complementa.

Maria Inês ressalta que a construção da caixa corrida em que o elevador foi instalado não interferiu na estrutura já construída do prédio. “Fizeram a caixa numa área livre entre duas colunas de apartamentos. A saída do elevador no meio do corredor entre as quatros unidades beneficiou a todos. Não houve prejuízos de iluminação e ventilação nos corredores”, finaliza.

Por Letícia Vieira, Luciene Araujo e Aline Pagotto

Foto de Alex Pandini

Alex Pandini

Alex Pandini é jornalista, tem 53 anos e mais de 3 décadas de experiência profissional em rádio, jornal, TV, assessoria de imprensa, publicidade e propaganda e marketing político. Além de repórter e apresentador na TV Vitória, é responsável pelo conteúdo da plataforma ConstróiES.