Saiba como usar o FGTS Futuro para financiar seu imóvel

Alex Pandini

Foto: Make Buzz Comunicação.

 

Desde abril, a Caixa Econômica Federal deu início às contratações de financiamento imobiliário com o uso do FGTS Futuro. A medida foi aprovada em março deste ano pelo Conselho Curador do FGTS, um colegiado tripartite formado por representantes do Governo Federal e por entidades patronais e dos trabalhadores. A medida deve ampliar o acesso às operações de crédito e alavancar ainda mais o setor imobiliário. Foram beneficiados trabalhadores com carteira assinada e com conta de FGTS ativa de famílias com renda bruta mensal de até R$ 2.640. Com isso, o FGTS Futuro poderá complementar o financiamento de imóveis da faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida.

 

Para sanar todas as dúvidas e explicar melhor quem pode, como financiar, e as vantagens desse modelo, o blog foi ouvir Ricardo Gava, diretor do Secovi-ES (Ass. e Sind. das Empresas do Mercado Imobiliário), que também é executivo da Gava Crédito Imobiliário. Abaixo, os tópicos são bem detalhados por Ricardo Gava.

 

QUEM PODE USAR

O FGTS Futuro pode ser utilizado por trabalhadores com carteira assinada que possuam uma conta ativa no FGTS. É direcionado para aqueles com renda familiar de até R$ 2.640 e se aplica tanto para a aquisição de imóveis novos, usados ou em construção financiados dentro do programa Minha Casa, Minha Vida , especificamente os que estão enquadrados na faixa 1.

 

 

VANTAGENS E DESVANTAGENS

A nova modalidade do FGTS Futuro traz vantagem significativa para quem deseja adquirir um imóvel. Ela permite que o interessado possa comprar um imóvel de maior valor ou acelerar a amortização do financiamento. Isso é possível graças ao acréscimo de 8% na capacidade de pagamento do trabalhador, valor que é depositado mensalmente pelas empresas na conta do FGTS.

 

Importante destacar, porém, que em caso de demissão, os valores já destinados ao financiamento imobiliário não poderão ser sacados. A única exceção é a multa rescisória de 40%, que continua disponível para o trabalhador. Esse ponto merece atenção especial antes da contratação, especialmente por se aplicar somente a contratos novos.

 

 

Ricardo Gava, diretor do Secovi/ES e executivo da Gava Crédito Imobiliário. Foto divulgação.

 

COMO FUNCIONA

O FGTS Futuro permite o uso de 8% do salário, depositados mensalmente pelo empregador na conta do FGTS do funcionário, para o financiamento habitacional. Esses valores podem ser comprometidos por até 120 meses, e a autorização para utilizá-los deve ser feita no momento da contratação do crédito, diretamente pelo aplicativo do FGTS.

 

A Caixa avalia a capacidade de pagamento do mutuário, com ou sem a utilização dos depósitos futuros do FGTS. Uma vez escolhido o uso do FGTS Futuro, os valores ficam bloqueados na conta vinculada até a quitação do financiamento.

 

Por exemplo, um trabalhador com renda mensal de R$ 2.000 pode normalmente comprometer até 22% dessa renda, ou seja, R$ 440, para o financiamento habitacional. Com o uso do FGTS Futuro, sua capacidade de comprometimento aumenta, permitindo-lhe assumir parcelas de até R$ 600. Esses R$ 160 adicionais são provenientes da contribuição de 8% do seu salário retida e repassada pela Caixa para o pagamento do financiamento.

 

 

COMO CONTRATAR

Para participar do programa o trabalhador deve ter conta vinculada ao FGTS e deve atender aos seguintes critérios:

1. Capacidade de Pagamento: A avaliação de risco deve indicar que o comprometimento da renda familiar com o financiamento está entre 20% e 30%, não ultrapassando o máximo de R$ 2.640,00.

2. Enquadramento do Trabalhador:
– Ter trabalhado ao menos três anos sob o regime do FGTS, consecutivos ou não.
– Não possuir financiamentos ativos no Sistema Financeiro de Habitação (SFH).
– Não ser proprietário de imóveis residenciais urbanos no município ou em municípios vizinhos, dentro da mesma região metropolitana.
– A regra de não propriedade se estende à região onde o trabalhador reside ou trabalha, incluindo municípios limítrofes e parte da mesma região metropolitana.

 

Gava enfatiza que esses critérios acima, do Conselho Curador do FGTS, são estabelecidos para garantir que o uso do recurso seja direcionado para aqueles que mais necessitam de apoio para aquisição habitacional em sua área de residência ou trabalho.

 

Se você se encaixa na faixa de renda beneficiária do programa e tem o desejo de sair do aluguel, observe as dicas do especialista e, caso o projeto caiba no seu bolso, vá em frente e conquiste a tão sonhada casa própria.

Foto de Alex Pandini

Alex Pandini

Alex Pandini é jornalista, tem 53 anos e mais de 3 décadas de experiência profissional em rádio, jornal, TV, assessoria de imprensa, publicidade e propaganda e marketing político. Além de repórter e apresentador na TV Vitória, é responsável pelo conteúdo da plataforma ConstróiES.