Segurança do trabalho é ponto fundamental na construção civil

Garantir a segurança do trabalho na construção civil é imprescindível para proteger os trabalhadores e todos os envolvidos na execução e condução das atividades relacionadas às obras e serviços de engenharia.

A importância desta área tornou-se mais evidente nos últimos meses, quando uma série de acidentes envolvendo trabalhadores do segmento começou a ganhar destaque nos meios de comunicação. 

No Brasil, segundo dados do Ministério Público do Trabalho, a média foi de uma morte por acidente de trabalho a cada quatro horas nos últimos dez anos.

No Espírito Santo, foram vários trabalhadores envolvidos em quedas de andaimes, prensagem com blocos e chapas de granito, entre outros acidentes. Um dos casos ocorreu recentemente, na Serra, quando um funcionário de uma obra localizada no bairro Serra Dourada II, na Serra, morreu após cair de, aproximadamente, 15 metros de altura, de um andaime.  

Segundo informações da Polícia Militar, um funcionário da empresa disse que o colega estava sobre vigas auxiliando na montagem, quando elas se desprenderam e o homem acabou caindo. 

Dados do Ministério Público do Trabalho no Espírito Santo (MTB-ES) indicam que o estado está em sétima posição em número de acidentes no Brasil e em segundo lugar na taxa de óbitos. Só em 2021, o órgão contabilizou 12 mil casos e 70 mortes com causas relacionadas a acidentes de trabalho. Trabalhadores da construção civil estão entre as profissões com maior risco de acidentes e de afastamento por problemas de saúde.

Para o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), cuja missão é assegurar à sociedade que o exercício da Engenharia seja desempenhado por profissionais e empresas legalmente habilitados, um fator indispensável para preservar a integridade física dos trabalhadores e a saúde de todos é a existência e atuação do Engenheiros de Segurança do Trabalho nos locais de execução de obras e serviços.

Quais os principais objetivos da Segurança do Trabalho? 

De acordo com o eletricista e de Segurança do Trabalho Sérgio Augusto Azevedo Santos, não é possível afirmar que os acidentes possuem uma única e exclusiva origem. Ele destaca que são, sim, uma interação de fatores físico, químico, biológico, psicológico, social e cultural.

“Muitos poderiam dizer que seria o desenvolvimento de programas voltados para a prevenção de acidentes; outros diriam que seriam as inspeções preventivas; alguns outros diriam serem as orientações técnicas transmitidas aos operadores e executores diretos dos serviços; há ainda quem diga serem as análises das não conformidades das empresas para o atendimento às exigências legais”, disse.

Além de todos os aspectos apontados, Sérgio Augusto destaca, ainda, a importância de procedimentos como a higiene ocupacional, as proteções contra incêndios e explosões, a prevenção às doenças ocupacionais, o meio ambiente de trabalho, a limpeza e a organização, a gestão da qualidade, psicologia e legislação trabalhista, procedimentos internos e, ainda, o fato do envolvimento com a segurança patrimonial.

“A indústria da construção civil possui ainda a nova Norma Regulamentadora Nº 18 (NR-18), que trata de maneira específica de questões relacionadas às condições e meio ambiente no segmento. A nova NR-18 reduziu significativamente o número de itens, mas qualitativamente ampliou os itens de segurança, o que garante um ambiente de trabalho mais seguro e saudável para os trabalhadores”, explica.

Questões de Engenharia de Segurança do Trabalho são de extrema relevância para o CREA-ES. Entre as instâncias internas de trabalho do órgão, está a Câmara Especializada de Engenharia de Segurança do Trabalho – CEEST.

“O objetivo da CEEST é gerenciar um conjunto de normas elaboradas para promover ações prevencionistas que possam garantir a redução das condições inseguras e Riscos de acidentes, conscientizar os trabalhadores acerca da importância da Prevenção e minimizar o aparecimento de doenças ocupacionais nos ambientes de trabalho. O papel da CEEST também é a de orientar e fiscalizar os serviços a serem realizados na área de Engenharia de Segurança do Trabalho”, explica o eletricista.

O Conselho também incentiva e apoia a criação de associações ligadas às diversas modalidades da área tecnológica. Na área de Segurança do Trabalho já atuam hoje no estado a Associação de Engenheiros de Segurança do Trabalho do Estado do Espírito Santos (AESTES) e a Associação Capixaba de Engenharia de Segurança do Trabalho (ASSCEST) que, juntas, exercem o associativismo como forma de proteção dos interesses da categoria, propondo gerar maior valorização profissional e a busca da qualificação dos associados

Foto de Alex Pandini

Alex Pandini

Alex Pandini é jornalista, tem 53 anos e mais de 3 décadas de experiência profissional em rádio, jornal, TV, assessoria de imprensa, publicidade e propaganda e marketing político. Além de repórter e apresentador na TV Vitória, é responsável pelo conteúdo da plataforma ConstróiES.