Tendência multiuso: o charme dos pequenos imóveis

Apartamento decorado no Uniplace. Foto: Arquivo pessoal

As plantas dos imóveis, especialmente com 1 ou 2 dormitórios, estão ficando menores ao longo dos anos.  Há alguns motivos conhecidos para essa redução de espaço. Um deles é pouca oferta de grandes espaços para as construções, principalmente em grandes centros urbanos.

Em cidades como São Paulo, por exemplo, já é bastante comum imóveis com até 30 metros quadrados. Na Grande Vitória e também no interior, as medidas ainda são maiores, com a maioria dos imóveis variando entre 50 e 80 metros quadrados. Mas a tendência natural é que essas áreas diminuam em construções futuras aqui no Espírito Santo.

Motivos

Ainda entre os motivos para essa redução na área dos imóveis está a necessidade das construtoras de aumentar os seus ganhos, o que leva à estratégia de produzirem mais unidades.

Além disso, o número de solteiros e divorciados aumentou e, entre os casados, diminuiu o número de filhos. As pessoas têm passado praticamente o dia todo no trabalho e quando chegam em casa, querem praticidade.

“Saio de casa antes das 8 da manhã e só volto depois das 8 da noite. São mais de 12 horas fora e 6 horas dormindo. E considerando que manter uma empregada doméstica tem sido uma missão quase impossível, os espaços menores têm seu valor. Conseguir limpar meu apê em uma horinha, lavando o banheiro e colocando tudo no lugar, é tudo de bom. “, defende a massoterapeuta Fabiana Orestes.

Tendência Multiuso

E quando o assunto é pouco espaço, o desafio está em garantir conforto, funcionalidade e estilo. Mas, isso é totalmente possível, garante a arquiteta Milena Ferrari. Mas, para garantir os melhores resultados, o primeiro passo é contratar um profissional. “Porque esse profissional saberá adequar os espaços disponíveis às necessidades do cliente, da melhor forma possível. As prioridades da pessoa e/ou da família na rotina doméstica irão determinar tanto os tipos de móveis que deverão ser instalados, quanto à forma que eles serão distribuídos na casa”, detalha a arquiteta.

Conectado com a tendência das áreas multiuso, a maioria dos ambientes possui diversas funções. “Nesses imóveis menores, os quartos, por exemplo, mais do que aposentos para dormir, podem ser utilizados para trabalhar, maquiar, assistir TV, se vestir e estudar”, enumera Milena.

No projeto que fez, em parceria com a arquiteta Rita Gumiero, para um imóvel de 80 metros quadrados, a varanda, além de abrigar a mesa de jantar, possui um espaço zen para relaxamento e área para churrasco.

“Outra característica foi a integração de espaços como cozinha, serviço, escritório, varanda e sala. Por ter se tornado parte da sala, a cozinha ficou esteticamente mais elaborada e traz armários úteis para o dia a dia, assim como a área de serviço”, conta a arquiteta.

Na ambientação, desenhos contemporâneos com linhas simples, cores neutras, materiais que remetem à natureza como a madeira, a pedra e a palhinha alinham o projeto ao conceito de biofilia presente nas tendências atuais, tornando o apartamento leve e agradável.

Espaços integrados

A arquiteta Mariana Teixeira decorou um apartamento de dois quartos, com 67 metros quadrados. E buscou o melhor aproveitamento dos espaços, a partir da integração de alguns ambientes. O projeto foi desenvolvido para um casal maduro, que divide a casa com o filho e o neto adolescente. “A avó trabalha em casa, por isso foi criada uma estação de trabalho para ela a partir da suíte, com aproveitamento da varanda cujo fechamento deixou a estação, que também pode ser usada como penteadeira, mais ampla e confortável”, conta Mariana.

Outra proposta foi ampliar a sala com a varanda. “A sala de estar também ficou maior e mais confortável, com um sofá voltado para a TV e um outro, mais orgânico, colocado no hall da mesma sala. Outra integração aconteceu entre a cozinha e a varanda, tornando a sua circulação mais fluida e funcional. Vantagem diferenciada é que a área de serviço ficou mais reservada.”, explica a arquiteta.

O estilo do apartamento foi definido a partir da tonalidade da porta de madeira e dos rodapés. “Quando temos um ambiente menor, os tons mais neutros garantem melhor leveza, deixando o ambiente mais aconchegante. Também é fundamental não exagerar na quantidade de móveis e peças de decoração”, acrescenta a profissional.

 

Foto de Alex Pandini

Alex Pandini

Alex Pandini é jornalista, tem 53 anos e mais de 3 décadas de experiência profissional em rádio, jornal, TV, assessoria de imprensa, publicidade e propaganda e marketing político. Além de repórter e apresentador na TV Vitória, é responsável pelo conteúdo da plataforma ConstróiES.