Veja quais são as manifestações patológicas mais comuns nas construções

Foto: PLUGIN – Grupo HCT

Etimologicamente, o termo “patologia” vem do grego (“pathos” = sofrimento, doença; “logia” = estudo). Dessa forma, a Patologia é o ramo da ciência médica que estuda as alterações morfológicas e fisiológicas dos estados de saúde. Na construção civil, este ramo estuda as “doenças” que aparecem nas construções, chamadas de manifestações patológicas.

Estudos de arquitetos e engenheiros buscam traçar estratégias para resolver ocorrências do tipo de foma eficaz, como projetos de reformas e manutenções.

Segundo o engenheiro civil, ambiental e de Segurança do Trabalho Giuliano Battisti, as manifestações patológicas são algo comum em imóveis, sejam eles novos ou usados e requer bastante atenção dos seus moradores ou proprietários.

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“Parte destes fenômenos ocorre devido a variações térmicas que propiciam dilatações e contrações de materiais da alvenaria, piso, paredes e fachadas. Quando não assentadas de modo adequado, podem, durante o resfriamento e aquecimento deste material, apresentar tais anomalias. Por outro lado, existem problemas estruturais que também podem causas aparecimento de fissuras e trincas. Em todos os casos, um profissional legalmente habilitado deve ser consultado”, orienta.

Veja as manifestações mais comuns:

Trincas

Foto: Sólida Engenharia

Nos casos de trincas, os materiais se partem em fragmentos, atingindo a segurança e estabilidade dos elementos. Isso, muitas vezes, é quase imperceptível. Quando passivas, as trincas podem ficar por anos igual, sem mudanças. No entanto, quando ativas, aumentam com o decorrer do tempo, com mudanças na sua extensão e maior abertura.

Fissuras

Foto: Mapa da Obra

A espessura das fissuras em faces de alvenarias de tijolos, juntas de estruturas ou argamassas de reboco, por conta da retração do material, por exemplo, pode atingir até 0,5 mm, com aberturas estreitas e alongadas.

Rachaduras

Foto: E-Civil

Esse já é um estado ainda mais grave de ruptura, além de 3 mm – até mesmo passando luz, vento e chuva pelo vão -, cuja causa, na maioria das vezes é a incapacidade de resistência dos materiais a cargas que a estrutura precisava suportar, fazendo com que a estrutura como um todo seja um risco à segurança dos habitantes.

Outras rachaduras podem denunciar movimentação de solo. Também tem aquelas que surgem com variação de temperatura, com as dilatações e contrações dos materiais – algo menor ou maior conforme a composição dos mesmos, intensidade do sol e umidade no ar.

Fraturas lineares

Foto: Russel Serviços

Essa manifestação afeta apenas a estética da edificação, comprometendo o reboco das paredes. Lembrando que as microfissuras são inferiores a 0,05 mm. A questão é que essas fissuras menores podem evoluir para fissuras maiores pela infiltração de umidade e mofo. Portanto, antes do problema se agravar, pode-se fazer um sulco no lugar e passar nele um produto vedante, cobrindo depois com nova argamassa e revestimento.

Infiltração

Foto: Obramax

Nesse caso, os estragos são imensos: mofo, bolor, destruição de pinturas, danos nas ferragens, e mais.

Manchas escuras

Foto: Fórum da Construção

Esse problema está 100% ligado à umidade, se manifestando em pisos, fachadas, paredes, estruturas, forros e mais. As origens são as chuvas incidindo em fachadas e coberturas não preparadas com boa impermeabilização, falhas no projeto ou execução da obra. Também podem ocorrer por vapores de água que umedecem o ambiente, provocando mofo no teto e nas paredes.

Eflorescência

Foto: Mapa da Obra

Essa manifestação patológica também é um tipo de mancha, mas diferente, de aparência branca. Ela surge nas superfícies e ocorre por conta dos sais solúveis em excesso presentes nos materiais das construções que, por conta da umidade, em virtude do mecanismo de capilaridade, acabam se depositando nas superfícies dos elementos construtivos.

Corrosão das armaduras

Foto: PLUGIN – Grupo HCT

Isso acontece quando há a formação de cloreto no concreto ou a diminuição do pH do concreto – carbonatação -, que deixa a armadura desprotegida, podendo ficar à mercê de uma possível corrosão. E por que isso é perigoso? Porque quanto mais essa armadura se deteriorar e for “sumindo” ou expandindo de volume dentro dos elementos de concreto, a capacidade estrutural da construção vai se perdendo, podendo todo o sistema ir à colapso.

A corrosão muitas vezes acontece pelas ferragens não terem sido cobertas o suficiente pelo concreto, ficando expostas. Cura incorreta do concreto também pode levar a porosidades. Se a aderência do concreto é pouca, ele se desloca e expõe ainda mais as ferragens.

Deterioração do concreto

Foto: Ambiental t4h

Se a massa de concreto é mal feita, com o passar do tempo, sua capacidade de resistência se perde. O cimento e os demais agregados se desprendem e tudo se desfaz. Isso piora com o afundamento das fundações, retrações dos elementos, reações químicas, e além.

*Com informações do Engenharia 360

Foto de Alex Pandini

Alex Pandini

Alex Pandini é jornalista, tem 53 anos e mais de 3 décadas de experiência profissional em rádio, jornal, TV, assessoria de imprensa, publicidade e propaganda e marketing político. Além de repórter e apresentador na TV Vitória, é responsável pelo conteúdo da plataforma ConstróiES.