Ago 2022
16
Luan Sperandio
DATA BUSINESS

porLuan Sperandio

Ago 2022
16
Luan Sperandio
DATA BUSINESS

porLuan Sperandio

O que diz a pesquisa

Para o diretor da PwC Brasil Bruno Monteiro, as práticas ESG são um caminho sem volta e a próxima geração “precisa assumir a liderança na construção de uma estratégia” que as abarque. E a pesquisa revelou que as empresas familiares brasileiras estão preocupadas mais preocupadas com esse fenômeno do que a média global:

Enquanto 75% das lideranças empresariais familiares no Brasil acreditam que há uma oportunidade para as empresas familiares liderarem as práticas de negócios sustentáveis, a média no mundo é de 64%.

76% dizem que esperam ser envolvidos no aumento de investimentos sustentáveis no futuro, maior do que a média global de 72%.

Já 35% das lideranças empresariais familiares no Brasil estão investindo atualmente em investimentos considerados ESG, enquanto há 28% no mundo.

A expectativa de envolvimento na redução de impacto ambiental de negócios no futuro no mundo ficou a frente da no Brasil: 65% contra 63%.

Os brasileiros também estão atualmente mais envolvidos na redução do impacto ambiental de seus negócios do que no mundo: 31% contra 25%.

Mesmo com essa percepção, Monteiro afirma que implementar práticas ESG é um desafio para essa futura geração. “Eles precisarão de novas capacidades além do conhecimento digital para responder às preocupações ambientais, sociais e de governança. Alcançar emissões líquidas zero e gerenciar as novas tendências da força de trabalho já eram desafios muito grandes Agora ficarão ainda maiores, especialmente diante da necessidade de identificar novos mercados em um mundo pós-pandemia”, conclui.

O que os capixabas pensam ser o papel ideal das empresas?

A Futura Inteligência, empresa de pesquisas e dados capixaba com mais de 30 anos de atuação, realizou pesquisa questionando aos capixabas o papel das empresas, e as respostas convergem um pouco com os números relevados pela PwC. Essa pesquisa já foi abordada em detalhes em coluna Data Business anterior.

Em uma escala de 0 a 10, em que 10 é concordo totalmente, os capixabas opinaram que: As empresas devem valorizar o empregado (8,6), Respeitar o meio ambiente (8,4), Criar empregos (8,2), Orientar-se pela ética e respeitar os valores e a cultura das comunidades onde atuam (8,0), Obedecer às leis e normas (7,9) e Promover ações que melhorem a qualidade de vida da população (7,8).

O levantamento mostrou que a população colocou um peso menor de importância a lucratividade e os resultados econômicos das companhias: as empresas devem gerar resultados econômicos (7,4), empresas precisam gerar lucro (7,4) e a finalidade das empresas é gerar riqueza (6,1).

Já quando questionadas acerca das características mais importantes para uma empresa, em pesquisa estimulada, em que poderia se marcar apenas uma opção, as preferências foram as seguintes: Criação de empregos (39%), Valorização do empregado (22%), Respeito ao meio ambiente (10%), Ética e respeito aos valores e cultura da comunidade (9%), Promoção de ações que melhorem a qualidade de vida da população (6%), Geração de lucro (4%), Obediência à leis e normas (2%), Geração de resultados econômicos (2%), Geração de riqueza (1%), com 5% escolhendo nenhuma dessas ou não sabiam responder.

Opinião de Data Business

Os resultados apontados pelo levantamento mostram, possivelmente, uma visão equivocada do papel das empresas, pois na escala de prioridades, há uma relação inversa do que efetivamente são as funções das empresas. Afinal, sem gerar riqueza e lucro, a empresa simplesmente não existirá ao longo do tempo. Dessa forma, os capixabas tratam como algo principal para as empresas, na verdade, as consequências da atividade empresarial, e não a geração de valor criada pelas organizações.

Práticas sociais, ambientais e de governança podem fazer sentido, mas desde que estejam respaldadas em geração de valor para os consumidores — e a principal métrica de avaliação para isso é o lucro.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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