Giuseppe Kenji Nagatani Feitoza: “A empatia é a chave para desenvolver uma liderança mais humana”

“Eu sempre valorizei o ambiente diverso, e quando falo “diverso” é também sobre não existirem descriminações. Acredito que privar as pessoas dentro de um “molde” que você criou é o mesmo que inibir a espontaneidade e a criatividade. Como empresa, você só tem a perder.”

Giuseppe Kenji Nagatani Feitoza é CEO da VipRede, uma empresa que, desde 2003, oferece um ecossistema de TI completo para empresas, simplificando com segurança a transformação digital de seus clientes. Além disso, possui cinco data centers distribuídos estrategicamente pelas regiões Sudeste e Nordeste, para melhor atendê-las. Suas soluções foram desenhadas para todos os tipos e tamanhos de empresas. Com rapidez e eficiência, trabalha 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano.    

 

Qual seu conceito de liderança?

Eu sempre acreditei que liderar me possibilitaria ter do meu lado pessoas que fossem mais capazes do que eu naquela determinada área. Nos últimos seis anos, foi quando eu realmente tive a oportunidade de trazer essas pessoas para perto de mim, colocando-as estrategicamente em cada área da empresa.

Meu conceito de liderança é ouvir todos os especialistas que designei como líderes, e, dessa forma, orquestrá-los para caminharem numa mesma direção. Pois, muitas vezes, numa empresa, algo que pode ser muito bom para uma determinada vertical afeta outras verticais de forma negativa e impactante, por melhores que sejam as intenções. Por isso, é importante fazer com que todos trabalhem com um único propósito: atender nossos clientes com qualidade, respeito e transparência e, além disso, gerar receita para que a empresa continue crescendo.

 

Por que é importante ter uma liderança positiva e como praticá-la?

Exercer uma liderança positiva é o caminho que eu escolhi trilhar como CEO da VipRede. Manter um ambiente onde todos se relacionem de forma harmoniosa e descontraída é primordial. Entendo que é muito importante o valor do feedback para o crescimento pessoal e profissional do indivíduo. A aplicação desse tipo de liderança acontece da seguinte forma: conhecendo verdadeiramente o profissional com quem trabalhamos e, assim, enxergar seus pontos fortes e potencializá-los. É importante lembrar que atrás de todo líder existe um ser humano com desafios pessoais e dificuldades do dia a dia, o importante é não permitir que maus dias impactem o time.

 

Na sua avaliação, como é possível encontrar o equilíbrio e desenvolver uma liderança mais humana, capaz de engajar pessoas?

Antes de ser um líder, sou um ser humano. No entanto a principal característica de uma liderança deve ser a empatia. Para engajar com outro ser humano, o CEO da empresa precisa ter consciência de que o outro passa por dificuldades semelhantes. Também é importante escutar as ideias, esperar o tempo correto das coisas, gerenciar e alinhar expectativas e entender que você precisa das pessoas, que não depende só de você. Eu busco me equilibrar de várias formas, mas, sem dúvidas, a empatia é a chave para desenvolver uma liderança mais humana.

 

Quais comportamentos e habilidades precisam estar mais desenvolvidos no líder?

Empatia. Mas também capacidade analítica, de ler o mercado e de estar antenado e com propósito naquilo que você faz. No mundo da tecnologia, por exemplo, existem milhares de vertentes nas quais poderíamos atuar na empresa, por isso, precisamos ter consciência das 100 mais relevante e, destas, selecionar as quatro ou cinco melhores para exercermos com excelência. Esta é uma das habilidades principais, a de ler o momento. Além disso, mesmo quando você tem um bom time, não se deve esperar que todos operem com 100% de sua capacidade o tempo inteiro, pois isso seria esperar dos outros aquilo que nem você consegue entregar. Mais uma vez, a empatia aparece como uma habilidade primordial.

 

Qual o papel do líder para a garantia da diversidade na companhia?

Eu sempre valorizei o ambiente diverso, e quando falo “diverso” é também sobre não existirem descriminações. Acredito que privar as pessoas dentro de um “molde” que você criou é o mesmo que inibir a espontaneidade e a criatividade. Como empresa, você só tem a perder.
O ambiente diverso atrai boas ideias. Dessa forma, as pessoas se sentem mais livres para se expressarem e agregarem valores. Já fui criticado no passado por manter na VipRede um ambiente não tão “formal”, mas tem dado certo, então, não pretendo mudar isso.

 

A quais outras pautas e temas o líder precisa estar atento nos dias atuais?

Quando a empresa começou, há 18 anos, nós lidávamos com um tipo de pessoas, os clientes e os colaboradores eram diferentes. Agora, 18 anos após, tudo mudou, os clientes e suas expectativas mudaram, os colaboradores possuem um conhecimento muito maior, tudo evoluiu muito, principalmente nessa área de tecnologia. Dessa forma, nós, líderes, precisamos estar atualizados e conectados com as pessoas que estão se inserindo no mercado de trabalho, aqueles que serão futuros chefes e contratantes, ou seja, futuros consumidores dos nossos serviços. Além disso, o básico é entender os números, a lucratividade, a missão da empresa e principalmente, tentar alinhar com seus propósito, os do mercado e das pessoas que estão colaborando pra que tudo aconteça.

 

Qual é, para você, o futuro da liderança? Que habilidades precisa ter o líder do futuro?

Sem dúvidas, foi uma experiência complexa nunca ter sido um líder antes e construir uma jornada de 18 anos. Tudo se modificou muito até aqui. Disso tudo, tirei uma lição importante: um líder precisa ter um propósito de vida alinhado com o propósito da empresa e com propósito do mercado, mas, principalmente, a capacidade de levá-lo para dentro das suas corporações, criar um propósito para as pessoas que fazem parte da sua equipe, pois elas estão ali fazendo seu negócio expandir. A empatia é uma característica que alguns anos atrás nem era citada em livros de gestão, mas, na minha opinião, é uma característica essencial e acredito que líderes que não a desenvolverem terão dificuldades enormes de encontrar pessoas que abracem seus propósitos e mantenham o bom funcionamento de seus negócios.

 

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