O dilema da informação no mercado financeiro
A carga tributária bruta no Brasil em 2020 foi equivalente a 31,64% do PIB, de acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Nesse sentido, existem alternativas legais que podem reduzir substancialmente as taxas pagas em impostos. A offshore é uma dessas.
O termo vem do inglês e significa “afastado da costa” ou “além da fronteira” e ela consiste basicamente em criar uma organização ou conta bancária em território estrangeiro, com o objetivo de aproveitar os benefícios fiscais de regiões consideradas tax friendly (taxas favoráveis), e apelidadas no Brasil de “paraísos fiscais”.
Os paraísos fiscais são muito associados à corrupção no Brasil, mas na verdade não se trata disso. São apenas países que optam por uma política de impostos reduzidos (abaixo de 20% da renda dos envolvidos) ou até mesmo de isenção total, atraindo investidores e empreendedores. É o caso de Andorra, Bahamas, Suíça, Ilhas Cayman, Ilhas Marshall, Mônaco, Singapura e vários outros.
A offshore se aplica particularmente no contexto brasileiro, o quarto país que mais tributa empresas no mundo, de acordo com dados do Corporate Tax Statistics Database. Com isso, você pode proteger seu patrimônio, maximizar seus lucros e garantir a prosperidade e o rendimento necessários para a preservação do negócio.
1) Redução ou isenção de impostos
Os impostos reduzidos nos países de destino propiciam maior consistência aos ganhos auferidos em seu empreendimento, permitindo gerar e multiplicar riquezas, assim como expandir negócios.
2) Facilidades na sucessão
Quando se trata de transmitir posses de bens e empresas, a offshore permite que o processo seja mais fácil e ágil. Isso porque ela não entra para o espólio — ou seja, não faz parte do inventário — e o fundador do negócio pode ter suas cotas automaticamente transferidas para seu sucessor.
3) Patrimônio em moeda forte e estável
Outro ponto é que as operações offshore costumam ser realizadas em moedas fortes, como o euro ou o dólar americano, garantindo um rendimento estável.
Para você ter uma ideia, o dólar multiplicou seu valor frente ao real por três vezes nos últimos 10 anos. Uma offshore conseguiu proteger seu patrimônio da desvalorização da moeda nacional neste período, devido à maior estabilidade, segurança política, jurídica e monetária desses países.
4) Liberdade de câmbio
A partir de moedas diferentes daquelas operantes por aqui é possível realizar depósitos e investimentos com maior liberdade e facilidade, devido à maior liquidez — facilidade para converter ativo em caixa — dessas moedas.
5) Financiamentos mais baratos
Por fim, com a instalação da empresa em países mais estáveis, os juros mais baixos de lá conferem aos financiamentos taxas mais baixas do que as brasileiras.
Portanto, uma offshore protege os ativos, simplifica a gestão de seu patrimônio geral e conta com condições tributárias mais favoráveis, podendo os beneficiários serem tanto pessoas físicas quanto jurídicas.
6) Privacidade
Nesse sistema é garantida a manutenção do sigilo dos titulares, que têm suas informações anonimizadas e seguras, protegendo sua identidade.
O beneficiário principal não precisa se identificar e participar das negociações da offshore. Ele pode apenas indicar outra pessoa como responsável.
Essa coluna tem como único propósito fornecer informações e não constitui ou deve ser interpretada como uma oferta, solicitação ou recomendação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócio específica. Possui finalidade meramente informativa, não configurando análise de valores mobiliários nos termos da Instrução CVM Nº 598, e não tendo como objetivo a consultoria, oferta, solicitação de oferta e/ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento e/ou produto específico.
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