Ago 2021
8
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

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Tiago Pessotti
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porTiago Pessotti

Os bancos ainda não retomaram o pré-pandemia

Com a Covid-19, as ações de bancos tiveram grandes quedas, sendo que a maioria ainda não retomou os patamares anteriores ao ocorrido. Nesse sentido, o Índice Financeiro (IFNC), que representa os setores de intermediários financeiros, serviços financeiros diversos, previdência e seguros, ainda não se recuperou desde a pandemia, como mostra o gráfico ao lado.

Mas os resultados das instituições financeiras já se mostram mais positivos, podendo motivar boas reações no mercado. A soma dos lucros já sobe 24,4% em relação ao primeiro trimestre do ano passado, que foi menos impactado pela pandemia, e sobe 90,4% em relação ao segundo trimestre de 2020.

Alguns dos fatores que fazem com que o investidor ainda não esteja totalmente comprado em bancos é o fato de que a concorrência aumentou, com mais fintechs no jogo, o que afeta as empresas mais tradicionais, no caso, os famosos bancões.

Essas novas empresas do setor fazem com que alguns nichos dos grandes bancos se tornem menos rentáveis do que eram anteriormente, pois eles acabam tendo de reduzir taxas, cobrar anuidades menores, entre outros fatores. Afinal, há bancos que não cobram nada para fornecer estes serviços.

Ainda, com o surgimento do PIX, por exemplo, as receitas com taxas de TED e DOC praticamente não existem mais. Assim, de acordo com estimativa da agência de classificação de risco Moody’s, o PIX teria a capacidade de atingir 8% das receitas dos bancos, com a redução de DOCs e TEDs.

Veja os resultados de alguns bancos privados

Itaú

O lucro líquido do Itaú foi de R$ 7,56 bilhões no segundo trimestre, em alta de 120,8% em relação ao mesmo período de 2020, além de também ter sido superior ao mesmo período de 2019, quando o lucro foi de R$ 6,85 bilhões. E o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) veio em 18,9%. Isso se deve a uma margem financeira maior, após a alta das receitas provenientes de cartões, com assessoria financeira e corretagem.

Santander

O Santander teve um lucro líquido de R$ 4,1 bilhões no segundo trimestre, o que representa uma evolução de 102% em relação a 2020, e o ROE veio em 20,9%.

A margem financeira se manteve e os resultados de receitas de cartões e seguros cresceram. Assim como em outros bancos, os resultados acompanham as menores provisões para perdas com crédito e maiores receitas de tarifas.

Bradesco

O resultado do Bradesco veio abaixo das expectativas, com lucro líquido de R$ 5,974 bilhões, alta de 70,4% em relação ao mesmo período de 2020 e queda de 2,9% ante o primeiro trimestre. Já o ROE foi de 17,6%.

Basicamente, houve uma piora no braço da seguradora do banco, com aumento da sinistralidade, ao mesmo tempo em que a margem financeira evoluiu com o crescimento das receitas de prestação de serviços, também com um aumento das receitas advindas dos cartões, da parte de assessoria de investimentos e com as provisões que não foram concretizadas.

Por fim, vale ressaltar que nesta semana que começa agora, outros bancos devem divulgar resultados, como o BTG Pactual (BPAC11).

Essa coluna tem como único propósito fornecer informações e não constitui ou deve ser interpretada como uma oferta, solicitação ou recomendação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócio específica. Possui finalidade meramente informativa, não configurando análise de valores mobiliários nos termos da Instrução CVM Nº 598, e não tendo como objetivo a consultoria, oferta, solicitação de oferta e/ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento e/ou produto específico.

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