Lucro das empresas da bolsa surpreende no 2º trimestre
As fusões e aquisições são boas formas de penetrar em um novo mercado e conquistar clientes de forma instantânea e bem mais rápido do que de forma orgânica, que seria por meio de um crescimento natural.
Assim, na última semana ficamos sabendo de uma aquisição do Banco Inter nos EUA. Ou seja, o banco digital brasileiro está entrando no mercado americano por meio da compra da USEND, um banco digital relevante no país. Saiba mais sobre as sinergias que podem ser geradas com a transação.
O Banco Inter (BIDI3; BIDI4) está adquirindo o USEND, um banco digital americano que possui mais de 150 mil clientes e licença para operar em mais de 40 estados dos Estados Unidos.
De acordo com o BTG Pactual, a fintech que foi fundada com o objetivo de facilitar a transferência de recursos para os EUA deve ser usada como uma forma do Inter replicar sua estratégia nos Estados Unidos, com uma oferta bancária totalmente digital e produtos e serviços mais baratos do que o restante do mercado em geral.
A primeira leitura do research do BTG Pactual sobre a transação é positiva e o banco classificou como uma “jogada ousada”. Além disso, de acordo com o CEO da Inter, João Vitor Menin, é uma das transações mais relevantes realizadas pelo banco digital desde seu IPO.
Na estimativa do BTG, o valor da transação, que não foi divulgado, está por volta de R$ 1 bilhão, o equivalente a 2% do valor de mercado do Inter.
O objetivo do Inter é usar sua expertise na construção de um ecossistema completo para ajudar o USEND em sua expansão, o que inclui a expansão para novos mercados como crédito e serviços de corretagem. Enquanto isso, o negócio de transferência internacional já é bem consolidado e gera lucro por si só, o que pode financiar a expansão de outras áreas.
Para concretização do negócio, falta apenas a aprovação dos reguladores brasileiros e americanos.
Após o USEND deve passar a fazer uma concorrência mais forte com o Chime, o banco digital mais bem-sucedido nos EUA, avaliado em cerca de US$ 30 bilhões.
Embora alguns possam argumentar que se trata de uma distração do Inter, ainda não tendo consolidado totalmente seu mercado no Brasil, a avaliação do BTG é de que foi uma compra “barata, levando em consideração que agora a empresa entra em um novo Mercado endereçável total (TAM).
E este é bastante relevante. Afinal, os serviços de banco digital ainda parecem estar atrasados nos EUA em relação ao Brasil, com o Inter entrando em um estágio mais inicial por lá do que o mercado daqui se encontra.
Por fim, o próprio Inter parece um bom investimento na avaliação do BTG. Este atualmente está avaliado em US$ 11,6 bilhões e há expectativas de que seja listado na Nasdaq até o fim deste ano.
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