Maratona de Vitória: como foi completar minha quarta maratona

Hoje o post será diferente. Não será uma matéria jornalística nem mesmo um texto com informações sobre uma nova corrida. Também não trarei emocionantes relatos de corredores que têm histórias de superação e amor com a corrida. Vou falar de como foi minha experiência na inédita Maratona de Vitória, neste último domingo (11).

Desde que os organizadores da prova, realizada pelos amigos da Pace Eventos, anunciaram que promoveriam a maratona, ainda no final de 2021, havia colocado em minha cabeça que faria novamente os 42km, distância que não corria desde 2018.

No entanto, no início de 2022, veio a nova onda de Covid e também contraí o vírus. Ou seja, planos adiados para o início da preparação, que alguns meses de planejamento e treinos exaustivos para que a prova seja bem-sucedida.

Compromissos de trabalho e argumentos de “falta de tempo” acabaram retardando esse trabalho prévio. Para se ter uma ideia, apenas em julho fiz o meu primeiro longão, um treino de 19km, para saber qual era minha condição.

Eram cerca de 60 dias para me preparar para a maratona. Encarar ou não? É aí que faz toda a diferença ter um acompanhamento profissional. Em diálogo com meu atual treinador, Nei Robson, passei a investir mais nos treinos intervalados e velocidade, além dos longões no finais de semana. Planilhas devidamente cumpridas.

Mas, por minha culpa, não conseguia superar a barreira dos 25km nos treinos. Para completar, no final de semana que antecedeu a maratona, não consegui treinar, por conta de um abençoado compromisso com Deus na igreja.

Chegou a semana da prova. Tive que abrir o jogo para o treinador: “Estou preocupado. Não sei se vou conseguir”. Ele retrucou: “Relaxa, vai dar certo. Vai tranquilo e curte a prova”.

Na quinta-feira (8), quando estava marcado meu último treino, sentia a perna muito pesada em um treino que deveria ser de “apenas” 10km. O psicológico bateu. Relatei novamente minha preocupação. Como última saída, decidi fazer uma liberação miofascial.

Ao mesmo tempo que aliviou pouco da tensão, fiquei com as pernas muito “moídas”, por conta da pressão nos pontos de desconforto. Além do mais, acordei com torcicolo no sábado, exatamente véspera da prova.

Era tudo ou nada. Aí o desafio era contra mim mesmo. Mas bati o martelo. Lutava contra minha mente e meu corpo ou desistia da missão? Mas decidi: “Eu vou”.

Conversei com minha esposa e falei que não iria me preocupar com tempo. Apenas disse que eu gostaria muito que ela fosse com nosso filho para minha chegada. Dei uma previsão de tempo, apesar de não confiar muito em minha estimativa: 5 horas de prova.

Até os 30km estava tudo indo bem. Pace médio de 5:40 e passadas constantes. Mas o cansaço começou a bater forte. Literalmente, “quebrei”. Não conseguia mais correr 1km direto. Havia chegado ao meu limite, mas em nenhum momento pensei em desistir.

Tracei uma estratégia: correr 500 metros e caminhar 500 metros. E assim fui, devagar e sempre. Ficaria muito frustrado em não completar, ainda mais sendo uma prova na minha cidade, local onde estou habituado a correr.

O tempo instável e nublado (até com garoa em alguns momentos) também me deixou conformado de que dificilmente minha família estaria à minha espera, já que meu filho está com um resfriado que vai e volta.

Entre caminhadas e trotes, cheguei ao km 42km. Para minha grande surpresa, lá estavam minha esposa e meu filho. A emoção tomou conta. Que satisfação vê-los ali. Meu filho foi correndo ao meu encontro e, de mãos dadas, tive a honra de correr os últimos 195 metros com ele. O coração explodia de alegria, apesar de todo cansaço. Cruzamos a linha de chegada, onde também estavam minha mãe e vários amigos que fiz na corrida.

Missão cumprida! Deu certo. Com o tempo de 5h11min, concluí a minha quarta maratona. Não foi meu melhor rendimento, mas o que importava? Eu só queria chegar. Estou muito feliz por ter superado meu limite e não ter desistido.

Aos amigos da Pace Eventos, meus parabéns. Foram impecáveis em toda estrutura oferecida aos corredores. Que percurso bacana, explorando as belezas e atrativos de nossa capital, Obrigado por promoverem mais esse momento para todos nós. Grande organização e grande atenção para todos os atletas: sinalização, staffs, hidratação, isotônico, camisa… Sem contar aquele brinde surpresa: a camisa “Finisher 42km”. Muito top. Parabéns por tudo. Que venha 2023!

2 Replies to “Maratona de Vitória: como foi completar minha quarta maratona

  1. Boa tarde Matheus, não sei se vai se lembrar de mim, espero que em caso afirmativo não lembre com mágoa, aqui é o Carlos (Família Reis Runners). Parabéns por essa conquista na Maratona de Vitória. Desde de 2018 também não corro essa distância e fiquei muito feliz por sua conquista. Um forte abraço!!!

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