Publicado em: 12/04/2023 às 07:29:04

* Por Carlos André Santos de Oliveira | Diretor-executivo do Sistema OCB/ES e vice-presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae/ES

 

Muito mais do que produtos ou serviços, consumidores conscientes exigem boas práticas sociais, ambientais e de governança.

 

Já parou para pensar que os fatores que levam as pessoas a escolherem determinado produto ou serviço não se limitam mais a preço e qualidade? Se uma empresa tem boas políticas ambientais, possui uma atuação responsável e gera retornos sociais, é provável que ela obtenha mais credibilidade junto aos consumidores.

Essa tendência tem sido associada à sigla em inglês ESG, ou Ambiental, Social e Governança, quando traduzida. Esse conceito vem ganhando força por refletir as exigências cada vez mais fortes que os consumidores têm na hora de tomar a sua decisão. Por isso, não pode ser encarado como um simples modismo ou discurso de mercado, mas precisa ser enxergado como um compromisso genuíno que a organização assume.

Estar conectado ao ESG não é algo simples, mas que traz resultados positivos a longo prazo. Um desses benefícios é a agregação de valor aos produtos ou serviços gerados, que passam a carregar consigo as práticas que a organização tem. Esse fenômeno gera um ciclo virtuoso que beneficia tanto para os clientes, que querem um consumo cada vez mais consciente, quanto os negócios, que fortalecem a sua marca e se destacam.

O cooperativismo, por exemplo, já pratica o ESG há muito tempo, mesmo antes de o termo existir, principalmente pelas características únicas desse modelo econômico, baseado em princípios como a gestão democrática e a participação econômica dos membros, assim como o compromisso das cooperativas com as comunidades onde estão inseridas.

Em uma cooperativa, os cooperados se unem com o propósito de atingir objetivos em comum que, ao serem alcançados, geram benefícios para todos, por meio da divisão dos resultados, melhoria da infraestrutura da cooperativa, investimento em capacitações e outras possibilidades asseguradas pela legislação das coops.

Para que gerem retorno, essas boas práticas precisam ser conhecidas pelos consumidores. Por isso, as cooperativas brasileiras têm feito uso do carimbo SomosCoop para identificar os produtos e serviços oriundos desse modelo econômico. Essa é uma forma simples e eficaz de dizer às pessoas que aquilo que elas estão consumindo contribui para o crescimento de um modelo econômico mais justo.