Artigo | Tendências para 2023 que precisam estar no radar de marcas ícones

* Por Carine Cardoso | Publicitária; mestre em Cultura, Educação e Teatro; pós-graduada em Marketing, e com pós-MBA em Comunicação e Marketing Digital. É Consultora de Estratégia para Marcas, professora do curso de Publicidade e Propaganda e diretora executiva da APP Vitória  

 

Diante de um cenário de inúmeros desafios interligados, fomentando os sentimentos de incerteza e sobrecarga em todo o mundo, estudos apontam para algumas direções que marcas fortes podem – e precisam – seguir.

 

 

Empresas especialistas em análises de tendências apontam que, em geral, 2023 será um ano sombrio e caótico, com a persistência de uma economia difícil, instabilidade política e deterioração ambiental. Por outro lado, as mesmas pesquisas mostram também que as pessoas estão determinadas a mostrar resiliência, inovação e alegria diante das dificuldades contínuas.

Diante desse cenário de inúmeros desafios interligados, podemos dizer que estamos vivendo uma verdadeira policrise. Da guerra à saúde mental no trabalho, os sentimentos de incerteza e sobrecarga estão à tona em todo o mundo.

Nesse sentido, alguns estudos apontam para as seguintes direções em relação à gestão de marcas. Direções estas que marcas fortes, com energia, ícones e referências em seus mercados precisam ter em seu radar.

Natureza como membro do conselho

Inserir de verdade as questões da natureza nas decisões de negócios é urgente. A natureza inserida nas pautas estratégicas, ocupando lugar nos Conselhos, não deve ser mais encarada como causa, mas, sim, como visão e ação.

Ainda nessa linha, tendências apontam que o consumidor está mais preocupado com a sustentabilidade e tem valorizado marcas que o ajudem a ser mais responsável. Não à toa, marcas cada vez mais antenadas com os conceitos de resale e repair estão ganhando o coração e o bolso dos consumidores das novas gerações.

Marcas empregadoras

Outro ponto de atenção é como a cultura das empresas pode afetar a carreira e a vida de seus colaboradores e clientes. É necessário que as marcas se atentem à importância da diversidade e da inclusão e que entendam que ter gente em casa com habilidades sociais e engajadas é fator crítico de sucesso.

Mas a novidade não é sobre motivação e, sim, sobre como as marcas estão fazendo sua parte nesse processo de conexão emocional com quem está dentro de casa e não apenas com os consumidores. A saúde mental sai do consultório e das famílias e invade as mesas das lideranças. Cuidar das pessoas também é uma questão estratégica.

Inteligência artificial

As práticas criativas estão sendo revisadas pela inteligência artificial (IA), que está sendo usada para transformar a arte e expandir a imaginação. Estamos saindo da era da informação e caminhando para a era da imaginação.

É preciso entender que a tecnologia é o meio, e não o fim, e que os caminhos que a IA está trilhando estão nos levando a novas formas de acessar produtos e serviços. Podem ser, portanto, pontes para um mundo melhor.

Consumidor no centro

É preciso que as marcas saibam colocar o consumidor no centro e junto com as comunidades. Mas, antes, deve-se refletir sobre comunidade e Marketing.  O papo é mais profundo do que imaginamos… É sobre profundidade nas relações entre marcas e pessoas.

Gerando valor

Em resumo, neste cenário instável e incerto, as marcas precisam estar atentas às tecnologias emergentes; mirar em algo muito maior do que vender produtos e serviços; entender que tecnologia é meio e não fim; saber que tudo é sobre pessoas dentro e fora da empresa; conhecer a jornada do colaborador e cuidar dela estrategicamente; ter ESG na veia; apostar numa gestão baseada em dados e agir com responsabilidade, e, por fim, comunicar com propósito e gerar conexão emocional.

Ufa… Parece muita coisa, não é mesmo? O dever de casa é mesmo extenso, mas inevitável para quem quer construir ou gerenciar marcas que se destacam em meio à multidão. Marcas que não são apenas mais uma na fila do pão. Marcas que são verdadeiros ícones.

Por isso, voltando ao nosso papo lá do início sobre este momento de policrise, trago uma curiosidade final: crise, ou krísis, do grego, significa decidir. Talvez aí esteja a grande questão para nosso agora-futuro: decidir quais serão as escolhas que vamos fazer diante desse contexto.

Quais escolhas sua empresa vai fazer para gerar valor em 2023 e além?