Artigo | IA: começo, meio, ou fim da criatividade?

* Por Rafael Ramos | Coordenador de Marketing da Rede Vitória

O marketing é uma ciência que tem como premissa estar sempre à frente do cotidiano, de olho nas tendências e se desafiando constantemente a inovar nas formas de se relacionar com o público, além de compreender as mudanças que acontecem no mundo e como elas agem sobre pessoas, processos e empresas na dinâmica social.

Um conceito nem tão novo assim, a inteligência artificial (IA) surgiu em 1956 em Dartmouth College, nos Estados Unidos, com um matemático, o professor John McCarthy. Em 1968, de acordo com os estudos de Marvin Minsky para o Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT), numa feira de tecnologia, é que foi elaborada a pergunta crucial acerca da IA e que perdura até hoje: “como fazer as máquinas compreenderem as coisas?”.

Mas de onde vem o receio e as polêmicas frente à existência e à aplicação da IA nas empresas? Será que, de fato, a existência da IA é prejudicial às posições de trabalho e ao racionamento do intelecto humano, sobretudo a criatividade?

O que alguns estudos mostram e que alguns países, com a Itália, defendem é que as ferramentas que “competem” com a inteligência humana precisam respeitar alguns parâmetros éticos, legais e de segurança de dados das informações.

Existem barreiras que precisam ser respeitadas para que o bom funcionamento da máquina, em apoio às ações dos seres humanos, seja efetivo em seu propósito, sem riscos de gerar informações indevidas, falsas ou até mesmo expor dados que coloquem pessoas e empresas em situação de perigo.

Mas o que efetivamente é a IA? Segundo a multinacional da tecnologia Oracle, a IA é um termo genérico para aplicativos que executam tarefas complexas e volumosas.

E como isso pode se interpor ao processo de criatividade? Alguns subcampos da IA, chamados machine learning (ML) e aprendizado profundo, se concentram no processo de reunir informações e processar esses dados com o intuito de aprender e melhorar o desempenho de sistemas baseados em dados.

O que muitas empresas têm feito, de forma estratégica, é utilizar as ferramentas baseadas em IA para realizar tarefas volumosas, repetitivas e que exijam alta capacidade de processamento, de modo a otimizar o recurso de tempo dos seus colaboradores, ganhando em volume e direcionando o seu capital intelectual a atividades que exijam mais detalhamento e aplicação de conhecimento analítico e estratégico, estando além do processamento de dados.

Um estudo da Havard Business Review (“How companies are already using AI”) indica que as empresas utilizam IA principalmente nas áreas de detectar e impedir intrusões de segurança (44%); resolver problemas de tecnologia dos usuários (41%); reduzir o trabalho de gerenciamento de produção (34%), e avaliar a conformidade interna ao usar fornecedores aprovados (34%).

Ainda há muito o que se discutir e analisar sobre a IA no mercado de trabalho, mas é fato que sua existência avança e que precisamos nos atentar aos acontecimentos e olhar de forma estratégica as oportunidades que as ferramentas trazem, ao invés de enxergar apenas ameaças.