Polícia

Lama cirúrgica: médico preso comprou equipamento de R$ 20 mil por R$ 2 mil

O instrumento originado da China foi apreendido junto com outros materiais ortopédicos

O ortopedista, preso na manhã desta segunda-feira (26) durante a Operação Lama Cirúrgica, teria comprado um equipamento de forma irregular. O material custa aqui no Brasil cerca de R$ 20 mil, mas ele pagou R$ 2 mil por um de origem chinesa.

"É uma compra irregular, proibida por lei, de um produto que deveria passar por todas as cautelas, inclusive pela alfândega", afirmou o secretário de Estado de Segurança Pública, André Garcia. 

O instrumento originado da china foi apreendido junto com outros materiais ortopédicos, todos falsificados. A apreensão se deu devido a um mandado cumprido durante a quinta fase da Operação Lama Cirúrgica, deflagrada pelo Núcleo de Repressão as Organizações Criminosas e a Corrupção (Nuroc).

"A operação teve como foco a prisão de um médico, um profissional da área de saúde, que usava na cirurgia materiais reprocessados. São materiais de uso único que deveriam ser descartados, mas eram usados novamente usados em cirurgias ortopédicas", afirmou Garcia.

O ortopedista foi preso por volta das 6 horas na casa dele, na Praia do Canto, em Vitória. Já os materiais foram encontrados em uma sala não declarada, pertencente a à empresa Golden Hospitalar, alvo das investigações.

O médico, identificado como Nilo Lemos Neto, prestou depoimento no Nuroc durante a manhã e foi encaminhado ao presídio de Viana. De acordo com os policiais, documentos e notebooks foram levados para o núcleo para que fossem analisados. Ele é suspeito de envolvimento no esquema de reutilização de materiais cirúrgicos, que ao invés de serem descartados após a primeira utilização, eram usados mais de 2 mil vezes. 

Outras pessoas suspeitas de envolvimento no esquema já haviam sido presas. Os empresários Gustavo Deriz Chagas e Marcos Roberto Krohling Stein estavam presos, mas foram soltos na última quinta-feira (15) por determinação judicial. Os dois foram presos em janeiro. De acordo com as investigações, eles são donos da empresa Golden Hospitalar, que comercializa materiais cirúrgicos. Junto a eles também foi detido o enfermeiro Thiago Waiyn, que também já foi liberado por decisão judicial.

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