As “verdades” dos Adultos

Compartilhe esta notícia

Vocês já pararam para pensar que as vezes queremos impor às crianças valores e crenças que acreditamos serem verdadeiras e válidas sem as questionarmos antes sobre o que pensam sobre o assunto? Na maioria das vezes são valores morais que acreditamos serem verdades absolutas e que devemos passá-los a diante, e quando percebemos que nossos filhos querem questionar esses valores, apenas os impomos. Mas será que essa é a atitude mais adequada a ser tomada?

Em geral, os valores que temos hoje foram herdados de nossos pais, que herdaram de nossos avós e assim sucessivamente. Esses valores nasceram e basearam-se em momentos, épocas e fatos distantes e totalmente divergentes dos atuais, tornando-se arcaicos por demandarem pensamentos e atitudes diversas das de hoje.

Pensando dessa forma, é essencial questionarmos nossas atitudes, valores morais, crenças, etc, para avaliarmos se realmente estamos pensando/fazendo algo conforme acreditamos e concordamos, ou se estamos apenas repetindo um comportamento que está posto há muito tempo e acaba por tornar-se cômodo de ser repetido sem ser questionado.

É bastante comum repetirmos as atitudes de nossos pais, já que fomos levados a acreditar desde a infância que eles estavam sempre com a razão, por serem adultos, por terem experiência, enfim, por vários motivos. De certa forma, isso não está totalmente incorreto. Porém, o que esquecerem de contar aos nossos pais (e aos pais dos nossos pais), quando estes ainda nos criavam, é que eles não eram (e ainda não são) obrigados a saberem de tudo. E que não o sabiam de fato(e ainda não sabem)! Assim, eles tornam-se nossos modelos de seres humanos e continuaram acreditando que sabiam tudo, assim como continuamos acreditando que eles detinham esse saber, e isso de certa forma, dificultou que questionássemos suas atitudes, pensamentos, crenças e imposições.

Não digo que as pessoas mais velhas não possam saber mais através de sua experiência acumulada de vida. Mas isso não é uma regra, não é um pré-requisito para a sabedoria e não dá certificado pra ninguém impor nada!

Cabe a nós, pais, educadores e profissionais que trabalham com crianças, que nos questionemos a todo o momento sobre as nossas “verdades”, de onde elas vieram e para onde pretendemos enviá-las, visando evitar a propagação de pré-conceitos, atitudes exigidas meramente por imposição do tempo.

Créditos:
Danielle Caus Corrêa
Psicóloga Clínica – CRP 16/4134
Atendimento Infanto-juvenil e adulto.
Blog: www.criancaeterapia.com.br
Instagram: @criancaeterapia
Fanpages: facebook.com/criancaeterapia
facebook.com/daniellecauspsicologa

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *