Política e mulheres em 2024

Não é novidade a discriminação de gênero sofrida na política nas últimas eleições, candidatas qualificadas foram negligenciadas em favor de candidatos masculinos. Escândalos abalaram a integridade do processo democrático, evidenciando a exclusão de mulheres, por parte de alguns partidos.

Três em cada dez candidatas nas eleições de 2020 foram discriminadas por serem mulheres. O dado é da segunda edição da pesquisa Equidade de Gênero na Política, realizada pelo DataSenado em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência.

Inclusive, em 2023, o tribunal julgou uma série de casos referentes às eleições municipais de 2020 e puniu políticos pela prática. Diante disso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anuncia que vai atuar, em 2024, com mais rigor contra fraude à cota de gênero.

A desigualdade de gênero na Política é tão latente, que acaba de se tornar tema do livro de uma servidora do próprio TSE, a obra traz acerca da dificuldade de inserção de mulheres nos espaços de poder do país, mesmo elas compondo 53% do eleitorado brasileiro.

O livro De la persistente desigualdad de género en la política brasileña a pesar de los avances en la jurisprudencia del Supremo Tribunal Federal y Del Tribunal Superior Eleitoral, foi publicado pela editora Dialética.

É de Ana Karina, que atua como assistente no gabinete do TSE, ministra Cármen Lúcia. Esse contexto evidencia a urgência de abordar estruturas patriarcais arraigadas na política, que perpetuam a sub-representação feminina.

O anúncio do TSE sobre a intensificação na fiscalização da cota de gênero nas eleições de 2024, reflete uma resposta firme diante dos desafios enfrentados pelas mulheres na política.

A sociedade agora aguarda para ver como essas medidas impactarão na participação efetiva das mulheres na política, na esperança de que a fiscalização mais rigorosa, resulte em uma representação mais equitativa e justa nas próximas eleições, visto que a sociedade tem muito a ganhar ao investir na liderança feminina.

Leizielle Marçal Dionizio, apaixonada por Jesus e feminista, não femista. Servidora Pública há 15 anos, Gestora de Unidades Prisionais no Estado há mais de uma década. Empresária, com marca voltada para mulheres e protagonismo delas, com âmbito social. Graduanda em Gestão Publica, Psicologia e pós-graduanda em Liderança e Gestão de Equipes, possui certificação da Universidade de Harvard em Resposta Humanitária a Conflitos Atuais, além de outros correlatos.