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Entenda melhor

Um estudo recente revelou que o Alzheimer pode ter um início precoce e progredir mais rapidamente em indivíduos com síndrome de Down. Publicadas na revista científica Lancet Neurology em 15 de janeiro, as descobertas têm implicações significativas para o tratamento e cuidado desse grupo vulnerável de pacientes.

A pesquisa comparou o desenvolvimento e progressão do Alzheimer em duas formas genéticas da doença: a forma familiar conhecida como doença de Alzheimer autossômica dominante e a doença de Alzheimer ligada à síndrome de Down.

De acordo com Beau Ances, professor da Daniel J. Brennan Neurology e co-autor sênior do estudo, as descobertas são relevantes porque “atualmente não há terapia disponível para o Alzheimer em pessoas com síndrome de Down”. Ances afirmou em entrevista em um comunicado à imprensa que “isso é uma tragédia, pois as pessoas com síndrome de Down necessitam dessas terapias tanto quanto qualquer outra pessoa”.

A síndrome de Down é uma condição genética caracterizada pela presença de um cromossomo 21 extra, que carrega uma cópia do gene APP (proteína precursora de amiloide). Isso resulta na produção excessiva de depósitos de amiloide no cérebro, contribuindo para o desenvolvimento do Alzheimer. Estudos anteriores indicaram que o declínio cognitivo associado à doença geralmente ocorre por volta dos 50 anos em pessoas com síndrome de Down.

Por outro lado, indivíduos com doença de Alzheimer autossômica dominante herdam mutações em genes específicos como PSEN1, PSEN2 ou APP, e tendem a manifestar sintomas cognitivos em idades semelhantes às de seus pais, muitas vezes entre os 30 e os 50 anos.

O estudo utilizou tomografia por emissão de pósitrons (PET) para mapear o desenvolvimento de emaranhados de tau, outro marcador de risco para o Alzheimer, em 137 participantes com síndrome de Down e 49 com doença de Alzheimer autossômica dominante. Os resultados mostraram que o acúmulo de amiloide e tau ocorre mais cedo e de forma mais rápida em pessoas com síndrome de Down em comparação com aquelas com doença de Alzheimer autossômica dominante. Além disso, os níveis de tau são mais elevados para um determinado nível de amiloide em pessoas com síndrome de Down.

Atualmente, o lecanemab é o único tratamento aprovado pela FDA (agência dos Estados Unidos de regulação de medicamentos) que demonstrou alterar o curso da doença de Alzheimer, visando a amiloide. No entanto, dado o acúmulo precoce e rápido tanto de amiloide quanto de tau em pessoas com síndrome de Down, os pesquisadores sugerem que pode ser necessário desenvolver abordagens terapêuticas direcionadas a ambos os marcadores para esse grupo específico de pacientes.

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