Maio 2024
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VOZ DA INCLUSÃO

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Uma análise atenta é essencial

No cenário do autismo, uma questão frequente é se há distinções nos quadros conforme o gênero dos pacientes. Embora não haja ferramentas de diagnóstico específicas para distinguir entre meninos e meninas, é reconhecido que o autismo se manifesta de maneira singular dependendo do gênero. Essa disparidade é atribuída a diferenças neurobiológicas substanciais na apresentação clínica entre meninas e mulheres com autismo. Geralmente, os quadros em mulheres são menos severos, mais leves e sutis, podendo passar despercebidos por longos períodos, retardando o diagnóstico.

Anteriormente, estimava-se que a proporção de autismo entre meninos e meninas fosse de cerca de três para um. No entanto, essa lacuna está diminuindo progressivamente, refletindo uma tendência semelhante em outros transtornos, como o TDAH. Essa mudança é atribuída à crescente compreensão de que os cérebros femininos e masculinos possuem diferenças neurobiológicas distintas. O diagnóstico em meninas ocorre tipicamente mais tarde, em idade mais avançada, o que contribui para a predominância de diagnósticos em meninos na infância.

Meninas com autismo leve tendem a apresentar menos sintomas externos óbvios associados ao transtorno, como agitação e agressividade, em comparação com seus pares masculinos. À medida que envelhecem, algumas comorbidades como depressão, TDAH e ansiedade podem mascarar os sintomas autistas, dificultando o diagnóstico preciso, especialmente na adolescência tardia. Na idade adulta, o Transtorno de Personalidade Borderline pode desempenhar um papel semelhante na dissimulação do autismo em muitas mulheres.

O pragmatismo, característica associada ao autismo leve, pode ser observado em mulheres, mas é frequentemente interpretado como um traço normal do comportamento feminino, o que pode atrasar o diagnóstico. É importante que os profissionais que lidam com adolescentes e adultos tenham conhecimento sobre o desenvolvimento do paciente, investigando se determinados comportamentos estão presentes desde a infância e se há dificuldades persistentes em estabelecer relacionamentos e vínculos duradouros.

Pais, responsáveis, familiares e professores devem estar atentos aos sinais comuns do autismo, como comportamentos repetitivos, atrasos no desenvolvimento, falta de contato visual, dificuldade de abstração, rigidez na rotina e dificuldade em lidar com frustrações. Essa sensibilidade pode ajudar na identificação precoce e no acesso a intervenções adequadas para melhorar a qualidade de vida das afetadas pelo espectro do autismo.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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