Dez 2021
13
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

Dez 2021
13
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

O que motivou o recuo no setor?

Desde 2012, esse é o pior resultado para o PIB da agropecuária no Brasil. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, a queda na atividade foi de 9%. Nesse contexto, vale lembrar que terceiro trimestre é, normalmente, um período mais fraco para o agro, em relação ao segundo trimestre, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Isso porque as safras de soja e de milho, dois dos principais grãos exportados pelo Brasil, são concentradas no primeiro e no segundo trimestre do ano, respectivamente. Por outro lado, o clima não ajudou muito. A escassez de chuvas que atingiu o campo do segundo semestre de 2020 até o início desta primavera atrasou não só a safra desses grãos, mas também prejudicou as culturas que apresentam bons resultados entre julho e setembro, como o café, cana-de-açúcar e laranja.

Mesmo em meio as intemperes, a soja apresentou safra recorde este ano, mas o milho, cuja produção despencou 16,4% na safra 2020/21, foi o mais afetado pelo clima. Além disso, o café, que já sofreria com a bienalidade este ano, acabou sendo afetado com as geadas do inverno.

Já na pecuária, o ciclo produtivo também sofreu recuo. Os abates de bovinos recuaram 11,1% no período, em relação ao terceiro trimestre de 2020, segundo dados do IBGE. Ainda, o embargo da China às exportações de carne bovina do Brasil teve um impacto moderado no resultado do agro do terceiro trimestre e deve ter um efeito maior nos últimos três meses do ano.

“No agro em si, não vejo o crédito como um fator que pode ter prejudicado o setor, por ora. Isso porque os juros começaram a subir agora e, nos últimos meses, o crédito ainda estava relativamente barato”, destaca Arilton.

O que esperar para os próximos meses?

Para o quarto e último trimestre do ano, as perspectivas para a pecuária ainda seguem relativamente negativas, pelos argumentos expostos acima. Já na agricultura, o alívio das pressões climáticas com o retorno das chuvas pode dar fôlego aos produtores de todo o país. Algumas culturas como o trigo já vêm esboçando essa reação, com crescimento de 23% nesta safra em relação à anterior.

Mas ao longo das semanas finais do ano, vamos continuar monitorando os fatores que influenciam no agro, deixando os leitores a par dos movimentos que podem beneficiar ou aumentar os riscos no setor.

Já para a economia como um todo, Arilton conclui: “Com a retomada do setor de serviços, é provável que a economia volte a crescer. Nos próximos meses, com as famílias recebendo o Auxílio Brasil, dependendo da proporção que se converter em consumo ou em pagamento de dívidas, esses recursos podem auxiliar na evolução desse segmento. Mas para a economia brasileira, pondera-se ainda, o desempenho dos demais setores e os riscos fiscais.”

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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