O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, ressaltou que a crise energética na Europa, desencadeada pelos conflitos entre a Rússia e a Ucrânia, abre um leque de oportunidades para o país. Durante o primeiro dia do evento “Vitória Coffee Summit”, organizado pelo Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV), ele afirmou que as indústrias estão em busca de um local que fornece energia limpa e acessível, e o Brasil tem grande potencial energético para suprir essa demanda.
O ministro afirmou que o Brasil vai aproveitar a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que acontecerá em novembro no Egito, para apresentar as potencialidades energéticas do país para investidores.
No local, está programado um estande de 300 metros quadrados com foco em negociações internacionais e painéis com temas que envolvem a indústria, a agricultura e a energia.
“Em um momento que o mundo vive uma crise de energia, principalmente na Europa, vamos aproveitar e mostrar as oportunidades do Brasil. No país, o custo de energia é de 40 euros por megawatt. Na Europa, está tabelado em 200 e já chegou a bater 1.000. Com esse olhar, o Brasil tem a possibilidade de fazer parte da solução desse problema, sendo incluído na cadeia de suprimento de energia verde e sustentável para o mundo”, apontou Joaquim Leite.
A renovação de uma frota de automóveis mais sustentáveis também entrou na pauta. O ministro falou brevemente sobre a proposta do Governo Federal de criar um programa como forma de incentivar o uso de veículos mais novos e energeticamente mais eficientes em circulação.
“Neste momento, renovar a frota de veículos é mais importante do que investir em veículos híbridos e 100% elétricos. O Brasil tem uma característica diferente dos outros países, com uma frota um pouco mais envelhecida. Desta forma, renovar a frota é um dos caminhos que devemos seguir para criar a nossa própria rota de descarbonização”, destacou Leite.
O Vitória Coffee Summit trouxe para o Espírito Santo lideranças nacionais e internacionais para debater sobre o comportamento atual do mercado de café e os próximos cenários para o segmento. Dentre elas, o Grupo Tristão que é especializado na compra e venda de café verde adquirido em todo país.
A diretora da Realcafé Solúvel do Brasil, Tatiana Tristao, apresentou informações sobre o papel da indústria na sustentabilidade com destaque para projetos de reuso de água e estação de tratamento de água (ETA) com ultrafiltração e osmose reversa.
Como a coluna Agro Business noticiou anteriormente, o evento também apresentou como palestrante a CEO da Exportadora Guaxupé, Flávia Barbosa Paulino da Costa, eleita pela Forbes como uma das 100 mulheres mais poderosas do agronegócio.
Ela apresentou um estudo que conseguiu provar que a adoção de boas práticas agrícolas na cafeicultura gera adicionalidade no sequestro de carbono, já que passa a reter mais dióxido de carbono (CO2) no solo e na planta, em relação ao manejo feito tradicionalmente.
Mariana Caetano, diretora comercial da Santos LAB, empresa especializada em tratamento de dados históricos de clima e análises de solos, destacou que a agricultura precisa estar lado a lado do meio ambiente nas práticas adotadas pelos produtores rurais para acelerar a transição para uma economia de baixo carbono. E frisou que os produtores precisam acompanhar as ferramentas da agricultura de precisão com o objetivo de facilitar a coleta de dados por meio das tecnologias que facilitam a tomada de decisão no campo.
Com o tema “nova fronteira para eficiência, produtividade e lucro”, o empresário Valdicimar Matussoch da Agridrones Solutions, mostrou um panorama sobre o crescimento do mercado de drones agrícolas no mundo. O uso dos drones permite que os agricultores avaliem com precisão o rendimento das suas safras, melhorem a eficiência, produtividade e lucratividade da lavoura.
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