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Essa resposta parece óbvia, mas na prática não é bem assim. Algumas pessoas acham que apenas o fato de receberem salários altos resolve todos os problemas financeiros possíveis, e não enxergam a importância e necessidade de juntar dinheiro. Conheça a história do médico que recebia R$ 30 mil por mês e não conseguia acumular nenhum patrimônio financeiro.
Há aproximadamente 6 anos, quando eu era gerente de relacionamento em uma agência bancária, havia um cliente de aproximadamente 35 anos, médico, casado, sem filhos, renda média mensal de R$ 30 mil reais. Em uma reunião ele me disse que não conseguia organizar sua vida financeira, não tinha nenhuma reserva e morava de aluguel. Além disso, tinha de arcar com um terreno e dois veículos financiados. Mas ele queria começar a construção de sua casa e não sabia por onde começar a se organizar e planejar.
A primeira coisa que pensei foi: como pode alguém com uma renda de R$ 30 mil mensais não ter nenhuma reserva financeira e ainda estar endividado?! A resposta era simples: falta de organização.
Perguntei ao cliente se ele sabia exatamente de quanto eram seus rendimentos, os da sua esposa, além de suas despesas fixas, variáveis e parcelas de financiamento. Adivinhem qual era a resposta: claro que ele não fazia ideia desses números.
Sugeri, então, que iniciássemos um planejamento, remarquei nossa reunião para 15 dias depois e pedi que ele organizasse através de uma planilha dados essenciais, como: receitas, despesas, últimas faturas de cartão, seguros, valores das parcelas dos financiamentos, assim como uma estimativa dos gastos necessários para sua construção.
Após 15 dias ele retornou para nossa reunião e ficou assustado com a própria falta de organização. Informou que não fazia ideia de quanto gastava com coisas desnecessárias e que a receita dele era maior do que ele imaginava.
Feito isso, traçamos os objetivos e metas que ele pretendia. Como o objetivo era construir a casa e sair do aluguel, precisaria constituir sua reserva de emergência e uma reserva financeira especificamente para sua construção.
Não foi fácil mudar alguns hábitos de consumo, se organizar e pensar em estratégias, mas depois de algum tempo chegamos em um ponto de equilíbrio e inserimos na rotina dele e da esposa as mudanças que definimos. O cliente começou a poupar em média 30% da sua renda familiar e aumentou alguns plantões em dias que ficava ocioso.
Após tudo isso, ele conseguiu uma renda extra e, com a redução dos gastos supérfluos e do ritmo de viagens, conseguiu atingir os objetivos aos quais se propôs.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória