Vencedores do BBB que perderam tudo
O número de mulheres que investem na bolsa de valores no Brasil chegou a um milhão, uma alta de quase 500% em apenas quatro anos. Porém, ainda há um longo caminho a percorrer, tanto em relação ao público feminino, quanto ao público em geral. Veja porque esse avanço ocorreu e como ele nos impacta.
Os últimos dados divulgados pela B3 sobre o perfil dos investidores em bolsa apontaram exatas 1.007.982 mulheres, que possuem um total de R$ 104,32 bilhões aplicados, com um valor médio de cerca de R$ 96 mil cada. Ao comparar com os 2,6 milhões de homens investidores, estes aplicam R$ 400,67 bilhões, sendo o valor médio para cada um de cerca de R$ 150 mil.
O número atual de mulheres equivale a cerca de 27,3% do total de CPFs, representando um avanço de 2 pontos percentuais em dez anos. Já na comparação com o início da série histórica, em 2002, houve um aumento relevante, visto que as mulheres somavam apenas 17,6%. Além disso, os dados da B3 revelam que a faixa etária feminina que mais está presente em relação ao total de pessoas do mesmo gênero é entre 26 a 35 anos, com 320 mil CPFs cadastrados.
A presença feminina passou a ganhar mais força a partir de 2018, acompanhando o aumento do número de investidores totais. Isso se deve ao aumento mulheres que se tornaram financeiramente independentes e começaram a buscar conhecimento e outras alternativas de investimentos para a alocação de seus recursos. Outro fator importante é a redução da taxa de juros, a Selic, que tornou a renda variável mais atrativa. De 14,25% ao ano em 2016, a Selic chegou a uma mínima de 2% em 2020. Mas desde 2019, quando estava em cerca de 6,5%, a bolsa já mostrava taxas comparativamente melhores. Em 2019, por exemplo, o Ibovespa, índice que representa o desempenho médio da bolsa brasileira, subiu mais de 30%.
No início daquele ano havia menos de 300 mil mulheres cadastradas na B3, patamar que saltou para mais de um milhão neste mês. Mas apesar do aumento expressivo, a participação feminina ainda é bem menor do que a masculina e há um longo caminho a percorrer.
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