Maio 2021
19
Ana Porto
FINANÇAS DE A A Z

porAna Porto

Maio 2021
19
Ana Porto
FINANÇAS DE A A Z

porAna Porto

Por onde começar a pensar no dilema?

Em primeiro lugar, quando falamos de imóveis, tanto aluguel quanto financiamento, envolvem burocracia e empenho consideráveis de recursos. Assim, no caso da locação, a flexibilidade é uma das principais vantagens. Isso porque caso  seja promovido em seu trabalho e necessite de uma mudança, por exemplo, não há necessidade direta de preocupação com o imóvel em que residia.  Contudo, o ônus consiste em uma certa instabilidade em relação ao locador, que pode precisar do apartamento para alguma outra finalidade, trazendo a necessidade de mudança. Outro ponto é a falta de liberdade por parte do inquilino para fazer reformas e deixar o ambiente à seu gosto.

No caso da compra, as vantagens e desvantagens são, basicamente, contrárias ao aluguel. Onde havia facilidade de troca de endereços não há mais, porém existe a possibilidade de fazer alterações e reformas da forma que achar melhor. Vale ressaltar que em caso de aquisição, perde-se a liquidez e, se a finalidade for a disponibilização para locação, não necessariamente serão extraídos bons rendimentos. No financiamento, o cenário macroeconômico também deve ser levado em conta, principalmente a taxa básica da economia, a Selic, que irá nortear os juros a serem pagos. Hoje, em patamares historicamente baixos, 3,5% ao ano, ela favorece os financiamentos para compra de imóveis, pois o crédito terá um custo mais baixo, atualmente por volta de 7%.

Colocando as contas no papel

Com o objetivo de facilitar na tomada de decisão, simulamos o financiamento de um imóvel no valor de R$ 1 milhão ao longo de cinco anos e com uma entrada de R$ 200 mil, a fim de comparar com um cenário de aluguel ou aplicação da quantia em algum ativo. Assim, para o primeiro caso, o comprador pagará mensalidades de aproximadamente R$ 12 mil , com a última mensalidade por volta de R$ 7 mil. As taxas variam entre 7 % e 8 % ao ano. Neste cenário, ao final dos 10 anos, os R$ 800 mil que você financiou (pois ofereceu como entrada R$ 200mil) terão custado R$ 1.1 milhão.

Por outro lado, supondo que o aluguel para esse valor de imóvel seja R$ 3 mil, o custo anual será de R$ 36 mil e ao longo dos 10 anos R$ 360 mil, se não considerarmos nenhum reajuste no aluguel. Por fim, se esse R$ 1 milhão for aplicado em alguns ativos com o rendimento médio de 0,5% ao ano, ao fim dos dez anos, seu montante bruto total será de aproximadamente R$ 1.8 milhão.

Dessa forma, com esses números em mente, você deve avaliar quais as suas prioridades no momento, bem como em qual estágio de sua vida você se encontra e quais oportunidades podem ser consideradas como alternativa. No fim das contas, não existe uma receita pronta, nem certo e errado, tudo passa por um bom planejamento adaptado ao seu contexto de vida, seus objetivos e sonhos.

 

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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