Set 2021
29
Ana Porto
FINANÇAS DE A A Z

porAna Porto

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Ana Porto
FINANÇAS DE A A Z

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Invista para manter o padrão de vida no futuro

Tendo em vista os fatores mencionados, é fato que quem não poupar e formar uma reserva para o futuro não conseguirá manter o mesmo padrão de vida na velhice. Lembrando ainda que neste patamar da vida os gastos costumam aumentar bastante em função do envelhecimento. É o caso de planos de saúde e remédios mais caros, por exemplo.

Portanto, apesar de ter uma profissão estável e bons salários, também é de extrema importância para os servidores poupar e investir. Apesar de quanto mais cedo começar melhor, em função dos juros compostos, nunca é tarde para dar esse passo.

Vamos supor um salário de R$ 10 mil por mês. Considerando a acumulação de R$ 1,5 mil por mês dos 25 aos 60 anos, com uma rentabilidade de 8% ao ano, o total acumulado seria de cerca de 3.182.075,14.

Assim, com um montante de cerca de R$ 3,2 milhões, é garantida uma renda passiva de R$ 17 mil por mês com uma taxa conservadora de 0,50% ao mês em rendimentos, por 40 anos. Ou seja, 70% acima do padrão de vida com o salário de R$ 10 mil.

Mas e se eu começar tarde? Neste caso, ou os aportes , ou rentabilidade precisarão ser maiores ou o padrão de vida no futuro será menor. Para isso, vamos supor que você tem 40 anos e nunca poupou nada na vida, sendo que recebe um salário de R$ 10 mil. Neste caso, vamos estimar um valor poupado de R$ 5 mil mensais. Assim, o montante total acumulado será de R$ 1.997.864,15, ou seja, praticamente R$ 2 milhões. Com base nisso, a rentabilidade mensal para se aposentar aos 55 anos será de R$ 10 mil, considerando uma taxa de 0,50% ao mês.

Você pode estar pensando que Sim, será necessário apertar as contas e reduzir o padrão de vida por um tempo se quiser ficar muito confortável alguns anos depois. Recompensas exigem algum grau de sacrifícios.

Entenda as mudanças para servidores na reforma da previdência

Em 2019, a Reforma da Previdência foi aprovada, mudando as regras para aposentadoria em vários aspectos. Mas uma das principais mudanças foi a limitação para aposentadoria acima do teto da previdência, o que vale para todos os servidores, apesar das regras de transição que estão valendo pelos 14 anos seguintes.

Com a nova regra, o valor recebido por trabalhadores em geral será o equivalente à média dos salários (todos os salários/período trabalhado). Mas há limitações a esta regra: o valor precisa estar no intervalo entre o salário mínimo e o teto do INSS, que é de aproximadamente R$ 5,8 mil. Se for superior, a aposentadoria estará no teto, enquanto se o valor for inferior, a aposentadoria será de um salário mínimo.

No caso específico dos servidores, como já falamos, os valores serão restritos ao teto, alterando a realidade anterior de aposentadoria integral. Além disso, os servidores precisam trabalhar por no mínimo 25 anos antes de se aposentar, sendo destes 10 anos na carreira pública e 5 anos no último cargo ocupado.

Vale ressaltar que os servidores municipais e estaduais foram excluídos desta reforma, mas nada impede que venham a sofrer novas alterações em reformas municipais e estaduais. Por isso, não custa nada se precaver para ter uma boa qualidade de vida no futuro.

Em relação às regras de transição, há uma específica para os servidores. É importante analisar as alternativas, mas de forma geral, para quem entrou até 31/12/2003, o valor da aposentadoria é integral para quem se aposentar aos 65 anos (homens) ou 62 (mulheres).

Já para quem ingressou após esta data, o valor será a média de todos os salários a partir de julho de 1994 multiplicado por 60%, acrescido de 2% para cada ano acima dos 20 anos de contribuição, para homens e mulheres.

Planeje considerando o pior cenário

Os servidores deveriam considerar também o risco de as regras de aposentadoria ficarem ainda mais restritivas, na avaliação de Luan Sperandio, editor-chefe da Apex Partners e que assina a coluna Data Business da Folha Vitória. “Tivemos uma reforma da previdência em 2003 e outra uma década e meia depois, em 2019. Ambas mexeram nas expectativas de renda do funcionalismo público. Assim, quem está iniciando a carreira no funcionalismo ou sonha com o cargo público deveria considerar a possibilidade de haver uma nova mudança de regras nas próximas duas ou três décadas”, alerta.

“É comum haver reformas frequentes em todo o mundo, o que faz as regras mudarem ao longo da vida produtiva do trabalhador. Via de regra, elas se tornam mais restritivas. Quem não se planeja desde já pode acabar amargando uma queda de renda inesperada no final da vida”, explica.

Como se proteger disso? Poupe desde já pensando na sua aposentadoria, considerando ser necessário a criação de uma renda passiva para complementar a aposentadoria que será, no máximo, o teto do INSS.

Essa coluna tem como único propósito fornecer informações e não constitui ou deve ser interpretada como uma oferta, solicitação ou recomendação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócio específica. Possui finalidade meramente informativa, não configurando análise de valores mobiliários nos termos da Instrução CVM Nº 598, e não tendo como objetivo a consultoria, oferta, solicitação de oferta e/ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento e/ou produto específico.

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Sua última chance de ter acesso à planilha da aposentadoria:

https://bit.ly/planilharendapassiva

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