Set 2021
30
Ana Porto
FINANÇAS DE A A Z

porAna Porto

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Ana Porto
FINANÇAS DE A A Z

porAna Porto

Juros altos podem virar uma bola de neve

No cenário atual, já é uma bola de neve para muitos estudantes: 53% dos estudantes que financiaram seus estudos estavam inadimplentes (há mais de 90 dias sem pagar) em 2020, de acordo com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

O Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) é um dos programas de financiamento mais conhecidos, sendo disponibilizado pelo governo e tendo taxas mais atrativas. Mas mesmo assim, até algum tempo atrás, quando as taxas ficavam por volta de 6,5%, o fato de os juros compostos aumentarem o débito com o tempo fazia com que o valor devido se tornasse muito elevado.

Neste caso, simulei um financiamento de 50% de uma mensalidade de R$ 6 mil, aproximadamente a média do valor dos cursos de medicina do país (em 2007), de acordo com estudo do Semesp. Hoje, o valor é muito maior que isso, portanto trata-se de uma projeção bastante conservadora.

Assim, após o fim do curso de seis anos e o prazo de carência de um ano e meio (18 meses), o montante total devido seria de R$ 285.455,70, frente aos R$ 216 mil que seriam pagos à vista. Mas agora vem a fase de amortização, ou seja, em que serão pagas parcelas mensais para quitar o débito, mas ainda com a incidência dos juros. Na presente simulação, foi considerado um prazo de amortização de 17 anos e 11 meses, com parcelas mensais de R$ 2.214,95 durante todos esses anos. Após encerrado o contrato, seriam pagos no total R$ 478.429,20, ou seja, mais do que o dobro das parcelas originais de R$ 216 mil.

É claro que para quem não tinha outras condições pode ser um bom negócio neste caso. Mas em outras espécies de financiamento esse cenário é muito pior. As taxas praticadas em bancos no mercado, geralmente giram por volta de 2% ao mês, quatro vezes mais do que o 0,5% desta simulação do FIES.

A solução? Avaliar muito bem as datas e parcelas a serem pagas em cada período, as taxas de juros, o montante que seria pago por aquela parte da mensalidade sem e com o financiamento. Muitas vezes, essa diferença pode ser de centenas de milhares de reais, como mostramos no exemplo acima. E mais: sempre avalie muito bem as opções disponíveis, como se não vale a pena estudar por mais algum tempo para conseguir algo mais barato, pesquise taxas e veja os tipos de financiamento disponíveis.

Esses três principais tipos de financiamentos são o feito por meio do governo, como o FIES, da própria faculdade e por programas de financiamento bancários, estes últimos geralmente os que possuem taxas mais altas.

Essa coluna tem como único propósito fornecer informações e não constitui ou deve ser interpretada como uma oferta, solicitação ou recomendação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócio específica. Possui finalidade meramente informativa, não configurando análise de valores mobiliários nos termos da Instrução CVM Nº 598, e não tendo como objetivo a consultoria, oferta, solicitação de oferta e/ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento e/ou produto específico.

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