Economia

Tombini vê desaceleração gradual do mercado de crédito

Redação Folha Vitória

São Paulo - O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, ressaltou nesta terça-feira, 14, que há uma desaceleração gradual do mercado de crédito no Brasil. Ele fez esta afirmação durante participação no BBA Macro Vision - International Conference 2015, realizado nesta terça-feira, 14, em São Paulo. "Em relação ao mercado de crédito, nos anos mais recentes temos observado uma desaceleração gradual do seu ritmo de expansão para ritmos de crescimentos mais sustentáveis", disse o banqueiro central.

Para ele, o Brasil há pouco mais de dez anos possuía um mercado de crédito muito abaixo da dimensão do País. "O número de brasileiros que acessavam esse mercado era restrito e o volume de crédito estava relativamente estagnado, em torno de 25% do Produto Interno Bruto (PIB), patamar inferior ao observado em várias economias emergentes à época e muito distante da registrada em economias avançadas com mercados mais profundos", disse.

Ainda de acordo com Tombini, "a combinação de vários fatores macro e microeconômicos, dentre eles o aumento do emprego e da renda, e a ampliação da capilaridade do sistema financeiro, inclusive com o fortalecimento do cooperativismo de crédito, favoreceu o processo de inclusão financeira e o desenvolvimento do mercado de crédito nos últimos anos". Com isso, segundo o presidente do BC, o volume de crédito rompeu uma certa estagnação e se expandiu de forma gradual e sustentável até o patamar que se encontra hoje, em torno de 58% do PIB.

"Depois desse processo de expansão estrutural, temos observado gradual moderação do ritmo de crescimento do crédito. Essa tendência deve ser mantida em 2015. Assim como deve ser mantida a tendência de mudança gradual na composição, com redução da participação do crédito ao consumo em favor do crédito imobiliário, que, no Brasil, continua relativamente baixo, inclusive quando comparado a outras economias emergentes", reforçou.

Quanto ao sistema financeiro, Tombini disse que está sólido, bem capitalizado e com índice de inadimplência em patamar historicamente baixo.